Correlação entre sono e consumo de alimentos ultraprocessados de bombeiros militares dos municípios de Ouro Preto e Mariana - MG.

Abstract

Os bombeiros militares são uma categoria profissional com alta incidência de doenças, em parte devido aos vários fatores aos quais eles são expostos, incluindo privação do sono. Mudanças no padrão de sono podem aumentar o consumo alimentar, reduzir a saciedade e levar à preferência por alimentos com alto teor de gordura e açúcar. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre horas de sono e consumo de alimentos ultraprocessados na corporação de bombeiros militares das cidades de Ouro Preto-MG e Mariana-MG. Os dados foram coletados por meio de um questionário estruturado que incluiu perguntas sobre perfil sociodemográfico, recordatório alimentar, duração e distúrbios do sono. Foi realizada uma avaliação do consumo dos macronutrientes segundo a MDRI e de alimentos ultraprocessados. Para uma melhor investigação sobre o consumo de alimentos ultraprocessados pelos bombeiros militares, adotou-se o percentil 50 como ponto de corte para o consumo elevado desses alimentos, além disso utilizou-se o escore NOVA. A análise estatística dos dados foi realizada com o uso do software SPSS Statistic versão 20.0, incluindo análises descritivas e teste de correlação com nível de significância considerado de p < 0,05. Os resultados demonstraram que a maioria dos bombeiros militares (55,8%) apresentou sono de curta duração (6-7 horas) e 39,5% apresentaram limite inferior de insônia. Em relação ao padrão alimentar, os bombeiros consumiram quantidades adequadas de carboidratos e proteínas, mas o consumo de gordura estava acima do valor energético total, com um consumo máximo encontrado de 58% em relação ao VET. O consumo médio de alimentos ultraprocessados em relação ao valor energético total foi de 30%. Independente da duração do sono, observou-se que a maior parte dos bombeiros militares do estudo possuía um consumo de ultraprocessados acima do percentil 50. Já no que se refere ao escore NOVA, observou-se que 32,6% dos participantes consumiram alimentos de dois subgrupos de ultraprocessados. Embora não tenha sido observada correlação entre as horas de sono e o consumo de alimentos ultraprocessados, é preocupante o alto consumo desses alimentos pelos bombeiros militares, pois está associado ao desenvolvimento de doenças cardiometabólicas e perda da qualidade nutricional da dieta. Portanto, é importante que esses profissionais sejam conscientizados sobre a importância de um sono adequado e de uma dieta saudável para a prevenção de doenças.