Estado do conhecimento sobre a Educação Matemática para estudantes com Transtorno do Espectro Autista : o que dizem os periódicos da área de Ciências e Matemática.

Abstract

A definição do que vem a ser Educação Inclusiva (EI) é ainda confusa, sobretudo por causa das diferentes perspectivas adotadas pelos estudiosos. A despeito dessas diferenças, há aspectos comuns que estabelecem uma interseção entre as formas de compreender inclusão. De modo geral, a inclusão é um processo que visa ao respeito às diferenças. O “olhar” inclusivo não deve se voltar somente às pessoas com deficiência, embora a maior parte da produção acadêmica em EI abarque esse público. Nesse estudo, inclusive, o nosso foco são estudos com ênfase na Educação Matemática para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Trata-se de um estudo do tipo Estado do Conhecimento, cujo objetivo principal foi desvelar o que tem sido produzido nas pesquisas em Educação Matemática, voltadas a alunos com TEA. A seleção dos periódicos foi recortada das tabelas apresentadas por Santos et al. (2018). Essas tabelas, num total de três, são compostas somente por periódicos classificados como Qualis A1, A2 e B1, com ênfase em Ciências e Matemática, Ciências ou Matemática. O recorte envolveu somente os periódicos nacionais, com ênfase em Matemática ou em Ciências e Matemática. Selecionados os periódicos, neles elencamos os artigos a partir das palavras-chave autismo, transtorno do espectro autista, asperger e matemática, que dialogam diretamente com o foco do estudo. As buscas foram feitas nos sites das revistas, número a número de cada periódico, compreendendo o período de 2010 a 2021. Foram encontrados sete artigos relacionados a autismo e educação matemática. Os resultados evidenciam que umas das características mais marcantes da pessoa com TEA é a grande dificuldade de interação social e que, portanto, este é um ponto a ser observado no trato com os estudantes com esse transtorno. Foram encontrados estudos que exploraram tecnologias digitais para o ensino de Matemática de alunos com TEA; estudos com foco em conteúdos como números, operações, geometria; estudos que problematizaram a necessidade de formação inicial adequada aos futuros professores de Matemática para lidar com o transtorno.