Agronegócio : uma ameaça constante a segurança alimentar dos povos indígenas no Brasil.

Abstract

O agronegócio é pautado por uma ótica capitalista que vê a natureza como potencial econômico e que compromete a biodiversidade. Historicamente, esse modelo de produção tem expandido seu domínio sobre amplas extensões de terras no Brasil, ameaçando os territórios indígenas. Esse avanço de terras ainda persiste na atualidade e tem ocasionado mortes entre populações indígenas, implicando em mudanças na estrutura social tradicional e modos de viver. Este trabalho tem como objetivo contribuir com a literatura ao elaborar uma análise reflexiva sobre o contexto do agronegócio na segurança alimentar de populações indígenas no Brasil. Buscou-se refletir sobre os impactos deste modelo de produção de alimentos nessas comunidades. Para desenvolver o trabalho, a abordagem metodológica utilizada foi a qualitativa, no formato de ensaio científico. Foi feito o uso de levantamento bibliográfico a partir de palavras-chave, no qual foram selecionados os estudos relevantes para a temática de pesquisa. As mudanças no padrão de subsistência têm feito com que vários povos deixem de produzir os próprios alimentos, o que tem comprometido a segurança alimentar e a saúde dessa população. Há uma transformação dos seus hábitos alimentares, com a introdução de alimentos industrializados e mudança no perfil de saúde, em muitas populações caracterizadas como transição alimentar. Essa transição alimentar torna os povos indígenas mais vulneráveis, expostos a riscos nutricionais e a comorbidades, evidenciado pelas desigualdades no âmbito da saúde em relação à população não indígenas, além das altas taxas de mortalidade. A análise permitiu concluir a importância do território no contexto indígena, pois está relacionado à sua autonomia de produção de alimentos, pilar importante na garantia da SAN.