Jogos teatrais : fruição e recepção teatral em jovens autistas.

Abstract

O presente estudo buscou observar a fruição e recepção teatral em jovens autistas, após a inserção de jogos teatrais da Viola Spolin (2007), de técnicas do Teatro do Oprimido de Boal (2005), e, jogos do Arco-Íris do desejo também da autoria de Boal (1996). Entende-se por recepção teatral a forma como o espectador é afetado após uma peça ou um jogo teatral (DESGRANGES, 2003), e, como fruição, a capacidade de perceber e sentir prazer à essa experiência (BARTHES, 1998). O desejo em trabalhar com sujeitos autistas nasceu da experiência de trabalho com pessoas com necessidades educacionais especiais durante estágios realizados na graduação de Artes Cênicas. Participaram dessa pesquisa, cinco jovens autistas de uma instituição educacional da cidade de Ouro Preto/MG. Foi possível perceber que os sujeitos dessa amostra, mesmo apresentando dificuldades de interação social e algumas resistências momentâneas, participaram das atividades com empolgação. A fruição nos jogos foi nítida e o prazer que demonstravam foi perceptível. Conclui-se que a arte pode contribuir para um desenvolvimento dos autistas, tornando esses sujeitos protagonistas. Propõe-se que outros trabalhos sejam realizados com uma amostra mais consistente, assim como o apoio de uma equipe multidisciplinar que possa observar, intervir e oportunizar um desenvolvimento mais pleno para esses sujeitos.