Percepção da conduta ética de discentes na graduação em nutrição.

Abstract

Abordar a conduta ética na graduação em Nutrição é o ponto de partida para promover o debate, entre discentes, docentes e instituições sobre a importância da propagação e construção do conhecimento de forma ética. Objetivos: Analisar a conduta ética dos graduandos em Nutrição. Metodologia: Estudo transversal com alunos matriculados no curso de Nutrição de uma Instituição de Ensino Superior Pública. As perguntas sobre fraudes acadêmicas e motivações para a ocorrência das mesmas foram baseadas nos estudos de Naghdipour e Emeagwali (2013) e Martinez e Ramírez (2018). Resultados: Participaram 105 discentes de todos os períodos do curso de Nutrição. A maioria era do sexo feminino e a média de má conduta ética foi de 5,0±2,1, com diferença entre os períodos iniciais e finais (p=0,03). A maioria dos alunos que estavam entre o 1° ao 5° período do curso afirmaram ter cometido de 1 a 5 más condutas éticas (62,2%) e 4,4% não terem cometido nenhuma má conduta. Todos os alunos dos períodos finais (6° ao 9°) relataram uma ou mais más condutas. Destaca-se que 10,5% mencionaram ter realizado atendimento nutricional sem supervisão. Discentes dos períodos finais da graduação (6° ao 9° período) apresentaram maior prevalência de “deixar que o colega copiasse resposta na prova” (p=0,05), “utilizar trabalho pronto” (p=0,04) e “ter o nome colocado em um trabalho que não realizou” (p=0,01) quando comparado com os períodos iniciais (1° ao 5º período). Ao avaliar as motivações para as más condutas, 50,5% relatam a manutenção de boas notas, 71,4% afirmaram que “colam” ou copiam trabalhos porque sabem que outros colegas também já o fizeram, 70,5% colam ou copiam trabalhos porque acreditam que os professores também já fizeram isso. Os alunos dos últimos períodos relataram como motivação para cometer más condutas à falta de tempo para estudar (p=0,05). Conclusão: Há elevada prevalência de más condutas ética entre graduando de nutrição, especialmente os alunos dos períodos finais, sendo a principal motivação a falta de tempo. As Universidades conjuntamente com os docentes e discentes precisam dialogar sobre a ética na formação profissional.