Arquitetura e sustentabilidade : uma revisão crítica e propositiva sobre os procedimentos de projeto.

Abstract

A indústria da construção civil ocupa posição de destaque na economia brasileira, sendo responsável por uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) e por impulsionar diversos outros setores. Entretanto, esse mesmo setor é marcado pela exploração intensiva de recursos naturais, pela elevada emissão de gases de efeito estufa e pela geração de resíduos, configurando um modelo de produção insustentável que compromete ecossistemas, comunidades e trabalhadores. Apesar dos avanços tecnológicos, persiste o desafio de reduzir drasticamente as emissões, sobretudo na fabricação de materiais como cimento, aço e vidro, que respondem por grande parte do impacto ambiental do setor. Diante desse cenário, este trabalho buscou: (1) compreender como a cadeia produtiva da construção contribui para o aquecimento global; (2) identificar estratégias para mitigar as emissões de gases de efeito estufa inerentes aos processos construtivos; e (3) propor um metaprojeto que considere aspectos ambientais, sociais e técnicos em prol de uma arquitetura de baixo impacto. As reflexões desenvolvidas evidenciam que a sustentabilidade não deve ser entendida apenas em sua dimensão técnica, mas também ética e social, reconhecendo o papel dos trabalhadores e das práticas construtivas locais. As diretrizes do metaprojeto e o estudo de caso em Ouro Branco demonstraram a viabilidade de uma prática arquitetônica comprometida com a realidade regional e as necessidades contemporâneas, valorizando materiais locais, reduzindo impactos de transporte, integrando estratégias passivas de conforto ambiental e prevendo a flexibilidade e a permanência das edificações. Em última instância, a principal contribuição deste TFG está em destacar a arquitetura como agente transformador na busca por novos paradigmas de desenvolvimento, em que projetar não significa apenas criar edifícios eficientes, mas pensar espaços que expressem sensibilidade ao lugar, equidade social e responsabilidade intergeracional.