Jovens desintitucionalizados no Brasil : desafios e estratégia para a garantia de direitos.

Abstract

O trabalho de conclusão de curso intitulado “Jovens Desinstitucionalizados no Brasil: desafios e estratégias para a garantia de direitos” buscou, por meio da perspectiva sócio-histórica, apresentar uma análise da infância no Brasil desde a colonização até sua conformação atual. A pesquisa abordou a construção histórica da infância brasileira, destacando as desigualdades e a perpetuação do racismo que, desde sua gênese, incidem negativamente sobre a infância pobre, sobretudo a infância negra, sendo estrategicamente amparados pelo capitalismo. O estudo identificou os efeitos do acolhimento institucional, a permanência de crianças e adolescentes nessas instituições até os 18 anos e o processo de desinstitucionalização, que ocorre obrigatoriamente nesse momento. Foram analisados o preparo oferecido para essa transição e as consequências dela decorrentes. A pesquisa, de abordagem qualitativa e bibliográfica, examinou a situação das crianças e adolescentes no Brasil e realizou uma análise crítica de um documento publicado por um grupo de jovens egressos, denominado Juventude em Movimento, os quais relataram as dificuldades enfrentadas durante o processo de desinstitucionalização e no período posterior. Esses jovens encontram inúmeros desafios para se adaptar à vida adulta e à sociedade, uma vez que a realidade externa apresenta grandes discrepâncias em relação ao contexto das instituições de acolhimento. O estudo evidenciou a precariedade na preparação desses jovens para a vida fora das instituições e a carência de políticas públicas eficazes para minimizar os impactos negativos desse processo, demonstrando a necessidade urgente de medidas que garantam uma transição mais segura e digna para esses sujeitos.