Gestão de coprodutos siderúrgicos.

Abstract

A indústria siderúrgica desempenha um papel fundamental na economia global, sendo responsável pela produção de materiais essenciais para diversos setores. No entanto, essa atividade também gera um grande volume de coprodutos e resíduos, cuja gestão eficiente é essencial para minimizar impactos ambientais e promover a sustentabilidade. Este trabalho tem como objetivo analisar a gestão de coprodutos na siderurgia, destacando os desafios e oportunidades para a reutilização e destinação adequada desses materiais. Para isso, é apresentado um estudo de caso comparativo entre duas grandes empresas do setor, com base em seus relatórios e informações públicas de sustentabilidade. São analisados dados sobre a geração, reaproveitamento e disposição de coprodutos, bem como a aderência dessas práticas às diretrizes ambientais e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Além disso, discute-se a influência das tecnologias disponíveis, da regulação ambiental e dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento na busca por uma gestão mais eficiente. Os resultados indicam que, embora haja avanços na valorização de coprodutos, ainda existem desafios significativos, como a falta de diferenciação clara entre resíduos e coprodutos, a predominância da disposição externa sobre o reaproveitamento interno e a necessidade de maior investimento em tecnologias sustentáveis. No estudo de caso desenvolvido os índices de reaproveitamento em relação a geração da ArcelorMittal e Gerdau no ano de 2022 são, respectivamente, 90% e 89%, e no ano de 2023 são, em sua ordem e respectivamente, 95% e 93%. A relação de disposição em relação a geração da ArcelorMittal e Gerdau no ano de 2023 são, respectivamente, 5% e 15%. Nota-se que a disponibilização de informações é desestruturada, com pouca clareza e com muita margem para dúvidas e questões em relação a dados de geração, reaproveitamento, entre outros. Conclui-se que a adoção de estratégias mais inovadoras e alinhadas aos princípios da economia circular pode não apenas reduzir impactos ambientais, mas também gerar benefícios econômicos e competitivos para as empresas siderúrgicas.