Identificando o racismo na infância : uma análise de testes realizados com crianças e seus desdobramentos nos princípios e práticas escolares.

Abstract

O presente artigo analisa testes realizados com crianças negras e não negras no contexto escolar para identificação do racismo, quais os seus resultados e quais as implicações nos princípios e práticas escolares. A partir de um levantamento bibliográfico em bancos de dissertações, teses de doutorados e periódicos, publicados nos últimos 10 anos, foi realizada uma análise de conteúdo dos dados encontrados (Franco, 2005), em diálogo com autoras e autores que auxiliam na compreensão do racismo e seus efeitos, sobretudo na infância, como Abramowicz (2010), Corrêa (2017) e Santiago (2020). No exame dos textos foram encontradas diferentes intervenções e testes utilizados, embora todos os autores, em algum momento da pesquisa, tenham recorrido ao teste das bonecas, inicialmente realizado por Clark e Clark (1939) na década de 1940. Como resultado, verificou-se que desde muito pequenas as crianças já carregam consigo uma visão estereotipada em relação aos diferentes grupos raciais e reproduzem o racismo. Ao mesmo tempo, dentre os estudos analisados, foram encontrados apenas uma intervenção com vistas a mudar o contexto racista encontrado com o resultado dos testes. O estudo em questão reafirma que, já na infância, as crianças reproduzem o racismo enraizado na sociedade e deixa evidente a importância do trato sobre as questões étnico-raciais nas escolas.