As veredas do tempo : prolepse e narrativa em "Grande Sertão: Veredas".

Abstract

Grande Sertão: Veredas (1056), de Guimarães Rosa, apresenta-nos um trabalho primoroso do uso da prolepse através da ficção de autobiografia do narrador-protagonista Riobaldo. Um ex jagunço que mergulha no seu passado narrando ao doutor que o escuta atentamente sua vida, as guerras em que lutou, seu dilemas existenciais e sua grande estória trágica de amor. Este trabalho visou estudar a técnica narrativa da prolepse, ou antecipação, no discurso do narrador de Grande Sertão: Veredas, confrontando com a construção do próprio personagem-narrador e da temporalidade da narrativa. Para esse objetivo, a metodologia adotada baseou-se, na seleção, na leitura e no fichamento do romance, bem como das contribuições da fortuna crítica constituída até então sobre Grande Sertão: Veredas. Foram utilizados textos sobre a obra roseana em geral; as categorias narrativas, especialmente sobre a temporalidade; proposições filosóficas e/ou psicológicas sobre a memória e o tempo.