Associação entre atividade física e sintomas da síndrome pós-covid-19.

Abstract

A prática de atividade física regular proporciona diversos benefícios para a saúde geral dos indivíduos, dentre elas o aumento das citocinas anti-inflamatórias e a otimização das funções imunológicas, pulmonares e cardiovasculares. Esta pode ter relação com sintomas persistentes observados após a infecção da COVID-19. Nesse contexto, o presente estudo objetivou avaliar a associação entre atividade física antes do COVID-19 e os sintomas na síndrome pós-COVID-19. Os dados foram coletados por meio de um questionário estruturado autoaplicado on-line, com perguntas sobre dados sociodemográficos, diagnóstico de COVID-19, sintomas prevalentes na síndrome pós-COVID-19, presença de comorbidades após a infecção e estado nutricional. Além disso, a prática de atividade física pré e pós-COVID-19 dos participantes foi avaliada utilizando-se a versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). A análise dos dados foi realizada utilizando o software estatístico JAMOVI, com nível de significância das análises de p < 0,05. A amostra foi composta por 92 participantes, dos quais 85,9% eram do sexo feminino. Em relação ao estado nutricional, observou-se maior prevalência de excesso de peso. A hipertensão foi a comorbidade mais comumente desenvolvida após a COVID-19. Os sintomas relatados mais frequentes da síndrome pós-COVID-19 foram perda de memória (64,1%), fadiga (56,5%) e queda de cabelo (51,1%). Na síndrome pós-COVID-19, constatou-se que a maioria dos participantes eram mais ativos (63%). Além disso, não houve associação significativa entre o nível de atividade física antes da COVID-19 e os sintomas da síndrome pós-COVID-19. Conclui-se que a maioria dos indivíduos envolvidos no estudo eram do sexo feminino, com prevalência maior de excesso de peso antes da infecção e na síndrome pós-COVID-19. A hipertensão foi a comorbidade mais comum após a COVID-19, e os sintomas mais prevalentes na síndrome pós-COVID-19 foram perda de memória, fadiga e queda de cabelo. Os participantes relataram um aumento na atividade física após a COVID-19. Não foram encontradas evidências de associação significativa entre a atividade física realizada antes da COVID-19 e os sintomas relatados na síndrome pós-COVID-19.