A mordaça da subordinação : o silenciamento dos moradores do Córrego da Onça na relação de emprego da mineração.

Abstract

A indústria de mineração tem sido uma das principais fontes de emprego em diversas regiões ao redor do mundo, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento econômico local. No entanto, a dependência econômica desse setor pode gerar uma relação de silenciamento dos trabalhadores, impedindo-os de expressar suas preocupações e reivindicações devido ao medo da perda de emprego. Esta pesquisa jurídica-sociológica investiga a relação complexa entre o silenciamento dos trabalhadores da mineração e sua dependência de emprego, tendo como pano de fundo o pequeno povoado do Córrego da Onça, em Barão de Cocais. Visa-se analisar os fatores que contribuem para este silenciamento e as consequências desse fenômeno na saúde emocional e nas condições de trabalho dos empregados das mineradoras. Entende-se que este silenciamento dos trabalhadores da mineração pode ocorrer de várias maneiras. De um lado, a falta de diversificação econômica em regiões dependentes da mineração faz com que os trabalhadores se sintam compelidos a aceitar condições laborais precárias e salários baixos e, do outro, as empresas, cientes desta condição e em busca de maximizar lucros, frequentemente resistem às demandas coletivas dos trabalhadores, o que os torna ainda mais vulneráveis. Essa perspectiva demonstra que o silenciamento dos trabalhadores na indústria de mineração é um problema multifacetado e intrincado, com raízes na dependência econômica da mineração predatória e na insuficiência do Direito do Trabalho em abordar os paradoxos da relação de emprego, que provoca uma proteção individual silenciadora, em detrimento de Direitos Humanos em uma perspectiva coletiva. Abordar essa questão requer um esforço conjunto dos governos, empresas e sindicatos, para criar um ambiente mais seguro e justo para os trabalhadores, promovendo a diversificação econômica nas regiões afetadas pela dependência da mineração e fortalecendo a representação coletiva, para garantir que a classe trabalhadora possa exercer sua voz de maneira "livre" e autêntica.