Estudo da Caminhabilidade na sede e distritos de Ouro Preto/MG

Abstract

O avanço tecnológico e o modo de consumo do espaço, ao longo dos últimos anos, promovem um movimento de priorização dos modos motorizados de transporte em detrimento do incentivo dos modos ativos de transporte. Diante desse cenário, tem-se a caminhada como modo de locomoção de pessoas, em calçadas e vias de diversas morfologias. Durante anos, pessoas dividem espaços com automóveis, principalmente em centros urbanos. Essa dinâmica se repete em cidades com diferentes características, tal como ocorre em localidades consideradas históricas. O foco deste trabalho é o estudo da relação entre os pedestres e o espaço em centros urbanos históricos do município de Ouro Preto, Minas Gerais. Considerando, portanto, a localidade principal de sua sede e todos os doze distritos. Como forma de quantificar e qualificar a situação ofertadas aos pedestres, utiliza-se um índice de caminhabilidade específico para centros urbanos históricos, o ICCH, através da avaliação quanti-qualitativa de cinco categorias: calçada, ambiente, segurança, atratividade e conectividade e dispostos em parâmetros: largura, pavimentação e acessibilidade da calçada; inclinação longitudinal, proteção contra intempéries e limpeza; travessias, tipologia da rua e iluminação; uso misto do solo, atratividade visual, assentos e sinalização orientativa; acesso ao transporte público e infraestrutura cicloviária. Em sequência, pode-se tabular todos os dados e conhecer conclusões. Como resultado da análise proposta, o cenário final aponta resultados gerais ruins e péssimos ao município de Ouro Preto, elucidando as carências por investimentos estruturais e em políticas públicas. O abandono e deszelo aos cuidados com o patrimônio histórico é também justificado pela acelerada expansão de cidades, sem a devida atenção, preservação e manutenção. As formas tradicionais peculiares a essas cidades e as questões sociais dos indivíduos não são consideradas equitativamente em função do desenvolvimento do espaço, implicando diretamente na caminhabilidade e, por consequência, na acessibilidade das pessoas.