Práticas pedagógicas de reconhecimento identitário étnico-racial para adolescentes.

Abstract

Preconceitos e discriminações, infelizmente são (re) produzidos historicamente e desdobram-se nos diferentes espaços da vida coletiva, mostrando-se presentes também no convívio escolar. O intuito deste trabalho é compreender estas questões como fundamentais da educação e dos Direitos Humanos, a fim de trazer uma abordagem geral da discriminação racial, do respeito com o outro e com si próprio, valorizando o convívio pacífico e a heterogeneidade. O que se apresenta nesse Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) são informações acerca da atividade desenvolvida e vivenciada na assistência socioeducativa, durante a intervenção profissional exigida para a formação no decorrer do processo de estágio e elaborada na instituição Casa da Criança de Caraguatatuba - SP, de modo a valorizar a interdisciplinaridade. Para isso, foram utilizados como base os (as) autores (as): Bell Hooks (2010; 2019), Édila Maria dos Santos Matos (2015), Márcia Campos Eurico (2018) e Silvio Luiz de Almeida (2018). Em um primeiro momento deste trabalho, pretende-se aprofundar o questionamento acerca da identidade brasileira a partir do cenário Brasil colonial e buscar formas de como superar esse condicionamento, localizando e enfrentando os preconceitos e discriminações raciais que transcorrem diferentes esferas da vida coletiva, produzidos social e historicamente. Já o segundo momento é utilizado para que esses adolescentes compreendam a importância de se valorizar a pretitude e que fora deste ambiente socioeducativo eles irão vivenciar uma realidade de racismo e preconceito e que precisarão estar preparados para isso. Muito além disso, entender a nossa formação cultural com o intuito de desmistificar a cultura africana que originou a cultura brasileira com a finalidade de elevar a autoestima e o reconhecimento identitário da juventude negra. Como metodologia, foram realizados três encontros no mês de maio, chamados de “semana de recreação”, que contou com uma hora cada aula. Apresentamos três temas centrais, um para cada encontro: uma visão crítica da construção sócio-história do Brasil. Através do diálogo, exercitamos uma reflexão sobre frases racistas e a musicalidade antirracista; também houve uma breve apresentação da cultura africana através da dança; e um trabalho sobre a necessidade de reconhecer a “beleza Afro”, objetivando valorizar a autoestima preta.