Orixás na escola : a arte da performance e a cultura afro-brasileira no IFMG - Campus Ouro Preto/MG.

Abstract

Este artigo analisa parte da experiência do Estágio Supervisionado: Planejamento e Regência I (DEART-UFOP), realizado no Instituto Federal de Minas Gerais - IFMG - Campus Ouro Preto (MG), no contexto de obrigatoriedade da Lei 10.639/03, que prevê o estudo da cultura afro-brasileira nos currículos das escolas públicas. O estágio foi realizado sobre a temática supracitada com o enfoque na Umbanda. A partir de aulas expositivas e experimentações práticas, a proposta resultou na realização de performances artísticas feitas pelas/pelos estudantes com base nas/nos doze principais Orixás da religião afro-brasileira. Para discorrer sobre essa experiência, utilizei como parte da fundamentação teórica o autor Gilberto Icle e a autora Mônica Bonatto (2017), a fim de ampliar as relações entre a performance e a escola. Neste sentido, insiro também María Lugones (2020), para argumentação a respeito da racialização dos corpos latinos e a relação com as questões de gênero. Além disso, trago Luiz Antônio Simas (2021), com considerações sobre a Umbanda e o mito da mestiçagem no Brasil, bem como Achille Mbembe (2018), visando a discutir os conceitos de necropolítica e refiguração de si. Com isso, proponho reflexões sobre a inserção de parte do estudo da arte da performance como metodologia para o ensino do afrocentramento na escola, a partir da análise dos trabalhos, pontuando a pertinência de políticas públicas que valorizem a temática da cultura afro-brasileira, como a Lei 10.639/03.