Avaliação da qualidade proteica da proteína texturizada de soja em ratas wistar.

Abstract

O trabalho busca avaliar a qualidade proteica da proteína texturizada de soja (PTS) em ratas, utilizando o modelo in vitro e in vivo, como o Escore Químico (EQ) e Escore Químico de Aminoácidos Corrigido para Digestibilidade de Proteínas (PDCAAS) para a avaliação da abundância, a Digestibilidade Verdadeira (DV) para a avaliação da digestibilidade, o Coeficiente de Eficácia Proteica (PER) e a Razão Proteica Líquida (NPR) para a avaliaçãoda biodisponibilidade da qualidade da PTS. Para isso, foram utilizadas 18 ratas Wistar, divididas em 3 grupos, contendo 6 animais cada, sendo o grupo controle (G- C), com dietapurificada modificada contendo a caseína como fonte proteica (9,5% de proteína), o grupolivre de nitrogênio (G-LN) com dieta aproteica (0% de proteína), e o grupo teste (G-PTS),com dieta purificada modificada contendo a proteína texturizada de soja como fonte proteica (9,5%). Depois da divisão dos grupos, foi feita a determinação do teor de nitrogênio das dietas experimentais, antes do início do experimento, para determinar se oteor de proteínas estava adequado (9,5%), pelo método de Kjeldahl. O teor de proteína encontrado na dieta do G-C foi igual a 95,0 g e o teor encontrado na dieta do G-PTS foi igual a 92,0 g. Após da determinação do teor de proteínas das dietas, deu-se início ao experimento. Aos 14 dias, foi feita a eutanásia dos animais do G-LN e aos 28 dias, a eutanásia dos grupos G-C e G-PTS. Semanalmente foram avaliados os efeitos das diferentesdietas sobre a ingestão alimentar e ganho de massa corporal. A partir dos resultados obtidos, foi possível observar que os animais do G-LN tiveram menor ingestão alimentare ganho de massa corporal, quando comparados aos animais do G-C e G-PTS, além de uma menor quantidade de fezes excretadas. Após a eutanásia dos animais dos 3 grupos, foi feita a determinação dos efeitos das diferentes dietas sobre o perfil metabólico a partirda obtenção do soro após a centrifugação do sangue dos animais. Foram avaliadas as concentrações séricas de ureia, glicose, triglicerídeos (TG), colesterol total (CT), AST, ALT e creatinina (CREA). Os resultados demonstraram que as concentrações séricas de ureia e glicose não apresentaram diferenças significativas entre os animais dos 3 grupos; as concentrações séricas de TG foram menores no G-PTS em relação ao G-LN; as concentrações de CT, AST e ALT apresentaram aumento nos animais do G-LN em relação ao G-C, e diminuição nos animais do G-PTS em relação ao G-LN; as concentrações de CREA foram maiores no G-PTS em relação ao G-LN; entretanto, vale destacar que não foi identificado CREA nos animais do G-LN. Em seguida, foi realizada a avaliação do teor de nitrogênio no conteúdo cecal (não houve diferença) e nas fezes excretadas dos animais após 14 e 28 dias de experimento.

A partir de todos os dados coletados, foi possível calcular os índices de avaliação da qualidade proteica a partir do cálculo da digestibilidade verdadeira (91%), PDCAAS (0,32), PER (1.6) e NPR (2,54). Nossos resultados demonstraram que a qualidade proteica da PTS é média em relação à proteína-padrão, mas quando comparada com outras fontes de proteína de origem vegetal, pode ser considerada uma boa fonte desde que tenha os aminoácidos limitantes corrigidos, alémde ser eficaz na redução dos níveis séricos de TG.