Avaliação da atividade anti-inflamatória in vitro do guaraná em pó de uso comercial (paullinia cupana).

Abstract

O estilo de vida da população pode estar associado ao desenvolvimento de um quadro de inflamação sistêmica crônica de baixo grau, sendo este um dos fatores subjacentes associados ao desenvolvimento de muitas doenças metabólicas. O consumo de alimentos ricos em compostos bioativos pode contribuir positivamente para o controle desse quadro inflamatório. Dentre os alimentos, os produtos de origem vegetal apresentam destaque em sua composição nutricional em relação à presença desses compostos bioativos. Um exemplo é o guaraná (Paullinia cupana), uma espécie nativa da região amazônica e de grande importância econômica para nosso país. O presente estudo tem como objetivo realizar a avaliação da atividade anti-inflamatória in vitro do guaraná em pó de uso comercial (Paullinia cupana). As amostras do guaraná em pó foram obtidas em comércio local da cidade de Ouro Preto - MG. Em seguida foi realizado o extrato aquoso dessa amostra onde foi avaliado a concentração de polifenóis totais pelo método colorimétrico do reagente de Folin-Ciocalteau. Realizado o ensaio de viabilidade celular, pelo método do MTT (método de brometo de 3-(4,5-dimetil-tiazol-2-il) -2,5-difeniltetrazólio) em células do tipo RAW 264.7 e a quantificação da produção de óxido nítrico em células onde a inflamação foi induzida pelo lipopolissacarídeo e tratadas por diferentes concentrações do extrato aquoso do guaraná em pó. Como resultados da análise da concentração de polifenóis totais, obtive o valor de 1766,67 ± 126,87 mg EAG em 100 g guaraná em pó. Em relação a viabilidade celular, em todas as concentrações 2mg/mL, 1,5mg/mL, 1 mg/mL, 0,5mg/mL, e 0,1mg/mL do extrato aquosos do guaraná em pó utilizadas os resultados obtidos foram igual ou maior que 80% de viabilidade celular. Ao avaliar a produção de NO• foi possível observar uma redução significativa desse mediador inflamatório com a utilização do extrato nas concentrações de 1,0 e 1,5mg/mL. Os resultados obtidos sugerem que o extrato do guaraná em pó de uso comercial pode possuir ação anti-inflamatória. Entretanto, há a necessidade de novos estudos que quantifique e avalie outros mediadores inflamatórios envolvidos na cascata de sinalização da inflamação.