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Título: A busca por um mundo onde caibam todos os outros : gênero, decolonialidade e multiculturalismo no Ensino de Arte.
Autor(es): Cruz, Nathane Alves
Orientador(es): Santos, Luana Diana dos
Membros da banca: Campos, Alexandra Resende
Carbogim, Bárbara de Souza
Santos, Luana Diana dos
Palavras-chave: Gênero
Decolonialidade
Multiculturalismo
Educação do campo
Data do documento: 2020
Referência: CRUZ, Nathane Alves. A busca por um mundo onde caibam todos os outros: gênero, decolonialidade e multiculturalismo no Ensino de Arte. 2020. 86 f. Monografia (Graduação em Artes Cênicas) - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2020.
Resumo: O presente trabalho reúne três artigos que trazem experiências da docência em Artes Cênicas a partir da perspectiva decolonial e multicultural, enfatizando as questões de gênero e a Educação do Campo. O primeiro artigo versa sobre o contexto da Escola Família Agrícola Paulo Freire, localizada na comunidade de Boa Cama, pertencente ao município de Acaiaca/MG, enquanto proposta pedagógica de educação do campo, isto é, a proposta multidisciplinar, a conexão com a realidade, a construção da autonomia (FREIRE, 2011) e a valorização dos saberes rurais através da Pedagogia da Alternância (GIMONET, 1999). Entretanto, os desafios também serão ressaltados no texto, sendo reflexões baseadas nas minhas vivências enquanto educadora de Arte, História e Agroindústria na EFA Paulo Freire. A multiculturalidade (HOOKS, 2017), será explorada visando à necessidade de trazer a compreensão das diferenças e injustiças sociais, de modo que as/os educandos sejam sujeitas/os ativas/os no processo de construção do pensamento crítico. O segundo artigo traz a perspectiva decolonial das manifestações artísticas das mulheres zapatistas, que vivem nas montanhas do sudeste do México de maneira autônoma e anticapitalista. O cerne da questão é como o revisionismo histórico tem sido feito nas artes. Entende-se que a história sempre foi contada sob a ótica colonizadora e pelos que detém o poder, portanto, faz-se urgente a expressão dos nossos povos, legitimando a arte como um instrumento historiográfico e que contribui significativamente para a construção da nossa identidade latino-americana. Logo, pretende-se apresentar a arte das mulheres zapatistas enquanto um aporte teórico que poderá contribuir para os estudos de arte-educação no Brasil, enfatizando o contexto latino-americano. Nesse sentido, o texto traz como base o conceito de Ecologia dos Saberes, do sociólogo português Boaventura Sousa Santos (2007), bem como o Epistemicídio, aprofundado por Sueli Carneiro. Tal estudo foi inspirado em minhas vivências no México, em 2017, quando conheci o movimento e pude vislumbrar um outro mundo possível, um mundo onde caibam todos os outros. O terceiro e último artigo tem como objetivo apresentar algumas práticas pedagógicas que abordaram os temas gênero e sexualidade, realizadas, no ano letivo de 2019, com adolescentes da Escola Família Agrícola Paulo Freire (a mesma do primeiro artigo). Tais experiências apontaram, sobretudo, as dificuldades de se desconstruir os preconceitos – LGBTfobia e machismo, no meio escolar rural, que tem suas especificidades (religiosidade, acesso à informação...) e não tem se apresentado como um espaço de total inclusão das diferenças. Sendo assim, as reflexões, ainda que carregadas de frustrações, apresentam a esperança ao plantar sementes de novos conhecimentos e concepções. Trata-se, então, de construir novos caminhos que levem em consideração diferentes dimensões do sujeito, concebendo, deste modo e cotidianamente, dentro da escola, diversas formas de pensar/sentir/viver os corpos.
Resumo em outra língua: El presente trabajo reúne tres artículos que traen experiéncias del ejercicio pedagógico en Artes Escénicas a partir de la perspectiva decolonial y multicultural, enfatizando las cuestiones de género y la Educación del Campo. El primer artículo se dedica a la presentación de la Escuela Família Agrícola Paulo Freire, ubicada en la comunidad de Boa Cama, perteneciente al município de Acaiaca/MG, encuanto propuesta pedagógica de educación en el campo, esto es, la propuesta multidisciplinar, la conexión con la realidad, la construcción de la autonomia (FREIRE, 2011) y la valorización de los saberes rurales por medio de la Pedagogia de la Alternancia (GIMONET, 1999). Los desafíos también serán ressaltados en el texto, siendo reflexiones basadas em mis vivencias como educadora de Arte, História y Agroindústria en la EFA Paulo Freire. La multiculturalidad (HOOKS, 2017), será investigada resaltando la necesidad de traer la perspectiva de las diferenciais e injusticias sociales, de modo que las/los estudiantes sean sujetos activos em el proceso de construcción del pensamiento crítico. El segundo artículo trae la perspectiva decolonial del arte bajo la óptica de las manifestaciones artísticas de las mujeres zapatistas, que viven em las montañas en el sureste de México de manera autónoma y anticapitalista. La principal cuestión a ser discutida es cómo, a través de las artes abordadas, se ha construiedo una anti historia (BENJAMIN, 1940), o sea, como el revisionismo histórico há sido hecho en las artes. Se comprende que la história siempre fue narrada por los que detuvieron el poder, por los protagonistas de la colonización, por lo tanto, se hace urgente la expresión de nuestros pueblos, legitimando el arte como un instrumento historiográfico que contribuye significativamente para la construcción de nuestra identidade latino-americana. A continuación, el arte de las mujeres zapatistas será presentado como una contribuición teórica para los estudios de arte-educación en Brasil, destacando el contexto latinoamericano. En ese sentido, el texto trae como base el concepto de Ecología de los Saberes, del sociólogo português Boaventura Sousa Santos (2007), bien como el Epistemicídio, profundizado por Sueli Carneiro. Ese estudio fue inspirado em mis vivencias en México, en 2017, cuando conocí el movimento y pude soñar con un otro mundo posible, un mundo donde quepan todos os otros. El tercero y último artículo tiene como objetivo traer algunas prácticas pedagógicas que abordaron los temas género y sexualidad realizadas en el año letivo de 2019, con jóvenes de la Escuela Familia Agrícola Paulo Freire (la misma del primer artículo). Tales experiencias señalaron, sobre todo, las dificultades de una posible descontrucción de los prejuicios – LGBTfobia y machismo, en el espacio escolar rural, que tiene sus particularidades (religiosidad, acceso a la información...) y no ha sido un espacio de total inclusión de las diferencias. Por lo tanto, las reflexiones, aunque cargadas de frustraciones, presentan la esperanza al plantar semillas de nuevos conocimientos y concepciones, Se trata, entonces, de construir nuevos caminos que consideren las diferentes dimensiones del sujeto, concibiendo, de esse modo y cotidianamente, dentro de la escuela, diversas maneras de pensar/sentir/vivir los cuerpos.
URI: http://www.monografias.ufop.br/handle/35400000/2608
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