Desempenho do lodo da mandioca e do bagaço da cana-de-açúcar na flotação de minério de ferro em escala de bancada - estudo preliminar.

Abstract

A necessidade da busca por rotas de beneficiamento de minérios mais eficientes aumenta a cada dia, devido ao esgotamento de jazidas de alto teor e às exigências de mercado. Dessa forma, busca-se constantemente a redução nos custos de produção de tais minérios. No processo de flotação de minério de ferro, normalmente, utiliza-se o coletor e depressor. O amido de milho é comumente empregado como depressor da hematita, permitindo a flotação do quartzo pela ação do coletor, e consequente separação desses dois minerais. O presente trabalho tem como objetivo analisar o uso de amido proveniente de resíduos da indústria alimentícia, já que muito se questiona sobre o uso do amido de milho por razões sociais e ambientais. O lodo de mandioca e o bagaço da cana de açúcar foram utilizados como fonte para a gelatinização (solubilização) do amido. Este processo foi realizado por meio da adição de NaOH em solução. As soluções preparadas com o amido de milho e os dois resíduos foram utilizadas nas dosagens de 500, 750 e 1000 g/t afim de avaliar a eficiência dos mesmos na depressão da hematita. O minério utilizado era constituído majoritariamente pelos minerais quartzo e hematita. A amostra foi cedida pela empresa Vale S.A, proveniente da usina de Conceição I. Através resultados obtidos por meio dos experimentos de flotação em escala de bancada, foi constatado que, de modo geral, o amido gelatinizado com o NaOH na dosagem de 500 g/t foi o que apresentou os melhores resultados para os três depressores. Analisando a recuperação mássica, metalúrgica e os teores do afundado e flotado, concluiu-se que o amido do lodo de mandioca foi o que obteve os melhores resultados na dosagem de 750 g/t, já que obteve 59,30% de recuperação mássica, 78,87% de recuperação metalúrgica e o teor foi o que apresentou os maiores índices de sílica flotada (91,40%) e ferro no afundado (60,48%).