Possíveis incongruências entre os delineamentos experimentais e a cartografia.

Abstract

Objetiva-se identificar as possíveis incongruências dos delineamentos experimentais de pesquisa social em relação à abordagem investigativa cartográfica que se preste a viabilizar o desenvolvimento, a posteriori, da metodologia apta a aferir a influência dos relatórios da Comissão Nacional da Verdade na construção das convicções subjetivas de professores da rede pública estadual da Região dos Inconfidentes. Para tanto, adotam-se os processos de estudo jurídico-exploratório na delimitação teórica dos núcleos centrais do trabalho, a partir de dados secundários, e jurídico-comparativo na comparação e identificação das possíveis incongruências entre os conteúdos. Como resultados, tem-se que entre os delineamentos experimentais de pesquisa e a Cartografia as possíveis incongruências versam principalmente sobre (i) o contexto epistemológico em que cada um se enquadra, (ii) a adoção da separação entre sujeito e objeto como pressuposto e (iii) o raciocínio adotado por cada um deles. Os delineamentos experimentais são resultado de uma epistemologia marcada pela Modernidade. A Cartografia por sua vez afigura-se como instrumento de um paradigma epistemológico de resistência à forma moderna de produção do conhecimento. Em relação à separação entre sujeito e objeto, os modelos experimentais foram tradicionalmente construídos adotando-a como pressuposto. Na Cartografia, a seu turno, tal adoção não acontece, eis que nela acredita-se que o pesquisador é impactado por aquilo que pesquisa e vice-versa. Por fim, os delineamentos experimentais dão relevo ao tradicional raciocínio hipotético-dedutivo, ao contrário da Cartografia, que é regida pela forma de pensar rizomática.