Análise geofísica das rochas ultrabásicas potássicas do Grupo Mata da Corda na região de Presidente Olegário, MG.

Abstract

As rochas ultrabásicas potássicas pertencentes ao Grupo Mata da Corda caracterizam uma série rara de rochas vulcânicas alcalinas classificadas como kamafugitos. Na região conhecida como Alto Paranaíba, no oeste do estado de Minas Gerais, esse grupo de rochas aflora sobre uma sequência sedimentar, representada pelos Grupos Areado e Bambuí, e compõem parte da sucessão cretácea da Bacia Sanfranciscana. Além do mais, apresentam altas concentrações em fosfato, o que faz com que despertem grande interesse ecônomico. Nesse contexto, realizou-se no presente trabalho uma análise com base na resposta geofísica no Grupo Mata da Corda, buscando compreender seu padrão de comportamento geológico e seu caráter físico. Para isso, confeccionou-se uma série de mapas temáticos magnetométricos e radiométricos, a partir do conjunto de dados geofísicos aerolevantados da Codemig (atual Codemge) para a Área 7 nos anos de 2005 e 2006. Com esses resultados, determinou-se a presença de anomalias com alta susceptibilidade magnética e significativas concentrações dos elementos tório e urânio nas zonas de ocorrência das rochas que integram o Grupo Mata da Corda. Também, delimitou-se os principais conjuntos de lineamentos que ocorrem na área, como forma de entender o parâmetro estrutural da região. Nesse caso, um dos padrões encontrados apresentou direção NW/SE, que é coincidente com o Lineamento Azimute 125º, representando uma zona que sofreu influência do evento de dispersão do Continente Gondwana, bem como, teve o magmatismo alcalino gerador da série de afinidade kamafugítica relacionado ao episódio. Buscando conhecer as características pertinentes do Grupo Mata da Corda em profundidade, elaborou-se um modelo de visualização 3D com o auxílio do método de Deconvolução de Euler para os dados potenciais fornecidos pela magnetometria. Assim, estimou-se a profundidade das fontes que geraram as anomalias magnéticas e suas feições estruturais, chegando a um padrão médio de 1500m de profundidade inferida e um formato cônico para as rochas de carácter efusivo do Grupo Mata da Corda.