Determinação da eficiência do modelo de sistemas alagados construídos de fluxo superficial com macrófitas emergentes e flutuantes no pós-tratamento de lagoa de estabilização.

Abstract

A Lei N° 11.445/07 estabeleceu a universalização do acesso ao saneamento básico, criando a necessidade do tratamento dos efluentes gerados pelos aglomerados urbanos. As estações de tratamentos convencionais contemplam essencialmente a remoção de matéria orgânica, restando muitas vezes fósforo, nitrogênio e patógenos, sendo necessária a adição de uma etapa complementar (pós-tratamento). Uma alternativa que vem ganhando espaço é a utilização dos sistemas alagados construídos. O objetivo dos sistemas alagados construídos é reproduzir os mecanismos de funcionamento dos sistemas alagados construídos naturais otimizando seus mecanismos de funcionamento na remoção de poluentes em águas poluídas. Logo, a partir de duas estações que possuem as mesmas etapas de tratamento e que utilizam o modelo de sistemas alagados construídos no pós-tratamento de lagoas aeróbicas, localizadas no mesmo estado brasileiro, diferenciando-se basicamente no volume de efluente tratado determinou-se a eficiência destes modelos para a atenuação dos poluentes: DQO, DBO, SST, N-TOTAL, P-TOTAL, pH, MBAS, óleos e graxas e. coli, embora os parâmetros MBAS e óleos e graxas terem sido descartados das análises devido a sua inviabilidade estatística. As análises utilizadas foram baseadas na estatística descritiva, assim como a comparação realizada com outros modelos que utilizassem sistemas alagados construídos como pós tratamento de lagoas aeróbicas, a fim de determinar a eficiência das estações de tratamento. Os parâmetros DQO e DBO não demostraram grande redução para este modelo de tratamento, fato este que era esperado, visto que a relação DQO/DBO do efluente é cerca de 70% nos efluentes indicando assim a pouca degradabilidade da matéria orgânica presente. Os parâmetros N-TOTAL e P-TOTAL apresentaram considerável redução em ambas estações, mesmo para os períodos em que se verificou oscilações na entrada dos sistemas alagados construídos, demonstrando que este modelo pode ser utilizado para remoção destes compostos. Os SST não apresentaram reduções consideráveis, embora fatores como períodos de seca, tempo de detenção hidráulica e alta carga de matéria orgânica no efluente possam ter prejudicado a remoção deste componente no efluente. O único parâmetro biológico monitorado o E. coli apresentou os piores resultados para remoção, em alguns casos verificando-se inclusive o seu aumento ao final do processo, mas é válido salientar que estes modelos não são indicados para a eliminação deste tipo de poluente, ainda em relação ao aumento da concentração, esta pode estar ligada ao fenômeno de evapotranspiração que concentra os poluentes devido à perda de volume de água. As estações de tratamento de esgoto apresentaram bons níveis de remoção para os parâmetros P-TOTAL e N-TOTAL, assim como uma melhora na qualidade do parâmetro SST, comprovando sua potencialidade de atenuação destes parâmetros, o parâmetro E.coli apesar de não demonstrar bons resultados, não denota tamanha importância pois este não é o foco de atuação dos modelos de SACs, ainda a diversos medições discrepantes, sugere a incoerência dos dados para este parâmetro, sendo possível que o THD na etapa anterior as SACs tenha sido insuficiente para uma considerável redução, ainda para a remoção efetiva deste parâmetro é necessário a adição de uma etapa de desinfecção do efluente.