Avaliação in vitro da cinética de liberação do extrato etanólico bruto das folhas de protium spruceanum encapsulado em micelas.

Abstract

Apesar do avanço da tecnologia de síntese de novos fármacos e moléculas, os produtos naturais seguem sendo uma grande área de exploração e inovação farmacêutica. Formulações transdérmicas à base de produtos naturais têm sido amplamente estudadas e desenvolvidas, devido às grandes vantagens obtidas por suas características intrínsecas. Para a validação de formulações desse tipo, a legislação brasileira preconiza a avaliação de sua cinética de liberação in vitro. Portanto, este estudo avaliou a cinética de liberação de uma formulação contendo o extrato etanólico bruto das folhas de Protium spruceanum (F-EEBP), espécie vegetal conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias. Inicialmente, o método analítico realizado por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), foi validado através da avaliação dos parâmetros: seletividade, linearidade, efeito matriz, precisão, exatidão, limites de quantificação, detecção e robustez. O ensaio de liberação in vitro foi realizado em célula de difusão vertical com coletor automático Hanson Research® por 24 horas. Após os procedimentos experimentais foi realizada a análise matemática, utilizando-se o modelo cinético Korsmeyer-Peppas onde a formulação demonstrou utilizar o mecanismo de transporte não-Fickiano. Neste modelo, o processo de liberação dos ativos, ocorrem fenômenos de tensão e quebra das cadeias poliméricas, consequentemente, o núcleo acaba se rompendo e ocorre a liberação. Esse estudo cumpriu os objetivos propostos e corroborou com uma etapa da validação da formulação, apresentando-se também como base para a sequência de estudo do produto. Espera-se que os resultados obtidos sirvam de referência para aprimoramentos farmacotécnicos, cinéticos e físico-químicos da formulação, bem como para discussões clínicas futuras envolvendo o produto estudado, como a definição da posologia ideal. Além disso, a validação do método analítico realizada pode auxiliar em estudos futuros com o mesmo tipo de formulação, com extratos vegetais e em pesquisas similares.