Estudo sobre a percepção de usuários potenciais acerca da reativação da linha férrea Belo Horizonte/Ouro Preto para transporte de passageiros.

Abstract

A reativação de linhas férreas no nosso país, principalmente para o transporte regional de passageiros, é um progresso vital para a melhoria da mobilidade urbana e regional. Isso porque o transporte sob trilhos é uma opção viável e sustentável para os desafios contemporâneos no que diz respeito ao deslocamento de pessoas. Em linhas gerais, as ferrovias brasileiras enfrentam um cenário de abandono, com poucas linhas em operação para transporte de passageiros e investimentos limitados. Diferente do que ocorre em países com redes ferroviárias desenvolvidas, no Brasil o transporte ferroviário de passageiros foi gradualmente substituído pelo rodoviário e aéreo ao longo do século XX. Atualmente, existem apenas duas opções para viagens regulares de longa distância, sendo estas a linha que liga Vitória (ES) a Belo Horizonte (MG) (Estrada de Ferro Vitória a Minas) e a linha entre São Luís (MA) e Parauapebas (PA) (Estrada de Ferro Carajás), ambas operadas pela Vale. Diante do crescente debate sobre a necessidade de revitalização das ferrovias para aliviar o trânsito nas rodovias e reduzir impactos ambientais, o presente estudo busca trazer luz ao cenário da Rodovia dos Inconfidentes. No qual o estudo tem como objetivo principal avaliar a percepção dos usuários que utilizam a Rodovia dos Inconfidentes (BR-356) sobre a proposta de reativação da linha férrea entre Ouro Preto e Belo Horizonte para o transporte de passageiros. Para tanto, foi aplicada uma pesquisa de percepção por meio de questionário estruturado, divulgado on-line no mês de julho de 2025, que obteve 537 respostas, das quais 531 foram válidas, analisadas quantitativamente como qualitativamente. Os resultados demonstraram ampla aceitação da proposta, com 97% dos respondentes favoráveis à reativação, destacando benefícios como maior segurança, conforto e redução de congestionamentos e acidentes. Além disso, o estudo pode embasar futuras políticas públicas ou projetos de mobilidade.