Avaliação de um sistema simplificado de tratamento de água utilizado em uma área subnormal em Ouro Preto - MG.

Abstract

O estudo avaliou o desempenho de um sistema simplificado de abastecimento de água implementado em um acampamento de desabrigados em uma área subnormal do bairro Saramenha, em Ouro Preto-MG. Foi utilizado o método de Filtração em Múltiplas Etapas (FiME), composto por uma combinação de dois pré-filtro dinâmicos, dois filtros lentos e seguido de desinfecção por meio de cloração com pastilha de cloro residual livre. O trabalho monitorou parâmetros físico, químicos e microbiológicos – pH, turbidez, cor aparente, condutividade elétrica, temperatura, cloro residual livre, coliformes totais e Escherichia coli – de acordo com a conformidade estabelecida pela Portaria Nº 888/2021 do Ministério da Saúde, durante o período de março de 2023 a fevereiro de 2024, resultando em 366 dias de monitoramento. A metodologia incluiu a caracterização da área subnormal de estudo, a coleta e organização dos dados, tanto em campo quanto em laboratório e por último, uma análise comparativa dos resultados com os padrões de potabilidade estabelecidos. Os resultados obtidos apósno processo de desinfecção foram: turbidez máxima de 2,75 uT e a mediana de 0,68 uT; cor aparente máxima de 12 uH e mediana 1,66 uH; pH máximo 7,75 e mediana de 6,42; cloro residual livre máximo de 0,84 mg/L e mediana de 1,67 mg/L; coliformes totais com 77,5% das amostras negativas e Escherichia coli com 80% das amostras negativas. A eficiência de remoção da turbidez no PFD-LE foi de 1,50% e no PFD-LD foi de 36,92%, já a remoção da cor aparente no FL-LE foi de 33,33% e no FL-LD foi de 19,99%. Os resultados obtidos demostraram que, embora o sistema apresente desafios operacionais e de manutenção, ele se mostrou eficaz na redução das impurezas e dos patogênicos que são prejudiciais à saúde humana, com isso, melhora a qualidade da água e reduziu riscos de contaminações dos usuários. A alternativa tem baixos custos e requisitos de implantação, operação e manutenção, portanto, pode ser considerada viável em comunidades sem acesso aos serviços de abastecimento convencional, reforçando a importância dessa solução alternativa coletiva implantada e monitorada na área subnormal.