Microimpressões do golpe : representações dos jornais sobre o golpe que implantou o Estado Novo (1937) e o Levante Integralista (1938).

Abstract

Esse Trabalho de Conclusão de Curso valeu-se, para o uso no ambiente escolar, das narrativas nas coberturas jornalísticas de duas tentativas de golpe na história do Brasil republicano, a saber: o que implantou o Estado Novo, em 1937; e o Levante Integralista, em 1938, desbaratado pelo governo Vargas. Essas publicações foram utilizadas para a produção de um material paradidático sobre o Estado Novo e o Integralismo. Outrossim, o presente trabalho promove uma discussão sobre o autoritarismo nacional e o uso de periódicos como fonte material para professores aplicarem em suas aulas. Ou seja, a discussão aqui desenvolvida serve à preparação de aulas que façam uso dos jornais como fontes históricas para tratar do tema do Estado Novo e do Levante. São abundantes as pesquisas concernentes ao apoio de grandes jornais brasileiros ao golpe de 1964, assim como é comum a abordagem deste período em materiais didáticos nas escolas. Porém, são menos pesquisadas as atuações de órgãos da imprensa em tramas golpistas anteriores à ditadura militar. Buscando uma análise a partir de periódicos de menor circulação, esta investigação trabalhará com a hipótese de que diversos periódicos do Estado de Minas Gerais, um dos maiores e mais populosos estados do país, apoiaram a implantação do Estado Novo. Além disso, busca identificar como tais publicações podem ter interferido na forma como a população mineira interpretou o governo e os golpes. Trata-se de um estudo que investiga não apenas a contribuição de jornais aos regimes ditatoriais no Brasil, como também investiga a rearticulação do autoritarismo em nossa sociedade. Partimos de questões colocadas pelas manifestações autoritárias no presente, almejando compreendê-las em escala transnacional, quando princípios do nazifascismo circularam e foram apropriados por grupos sociais locais e incorporados ao aparato institucional brasileiro. Essa discussão se torna especialmente relevante quando se sente os novos ventos do fascismo e do nazismo no mundo e no Brasil.