Planejamento energético integrado em um parque urbano: estudo de caso em um município no interior de Minas Gerais.

Abstract

A criação de espaços abertos, parques urbanos, espaços verdes estão entre as principais ações de adaptação às mudanças climáticas. Portanto, considerada a maior área verde urbana de Minas Gerais, o parque a ser estudado nesta pesquisa possui área total de um milhão de metros quadrados além de cerca de 12.000 árvores plantadas de 60 espécies. Mediante a essas informações, este trabalho propõe o desenvolvimento de um Planejamento Energético Integrado, tanto do lado da oferta quanto do lado da demanda, onde foi coletado dados referentes ao consumo de energia elétrica do parque a fim de propor alternativas para melhor aproveitar o sistema elétrico. Primeiramente, foram estudados e discutidos os conceitos de planejamento energético, modelos energéticos, gestão energética em parques urbanos no mundo e no Brasil, geração distribuída, energia solar e mercado e estratégias de redução de CO2. Portanto, o modelo Bottom-Up foi definido como modelo padrão para este projeto. Posteriormente, os dados recolhidos sobre o consumo atual de eletricidade do parque, serviram de base à construção de curvas de carga para o Cenário Referência e outros três diferentes cenários propostos. Tais cenários foram modelados usando o modelo de energia Homer Pro, usando como recursos a aquisição e instalação de painéis fotovoltaicos, baterias e a extensão dos serviços de iluminação. Entretanto, devido a uma elevada taxa de desconto, foi necessário reformular outros quatros cenários, com as mesmas premissas e configurações, alterando somente a taxa de desconto, que com a ajuda do BNDES pode ser reduzida. Os resultados obtidos mostraram que os quatro primeiros cenários não são viáveis economicamente e ambientalmente. Contudo, os novos cenários mostraram grande potencial e seus resultados apresentaram que, a instalação de painéis fotovoltaicos, que são os aspectos que compõem o Cenário 6, representam uma redução de 45% em relação ao NPC atual e apresenta uma redução de emissões de CO2 de 10% ao ano. O cenário 8 tem grande potencial no que diz respeito a atender a demanda por meio da expansão dos serviços de iluminação. Embora o custo de investimento inicial e o NPC sejam maiores em relação aos cenários 6 e 7, pode-se observar que ainda há uma redução em relação ao Cenário 5, além de ter o período de retorno (payback) equiparado aos demais cenários. A conclusão sobre a melhor viabilidade do cenário a ser aplicado está sujeita à avaliação da prefeitura junto aos técnicos responsáveis pelo parque.