Auditoria clínica da qualidade no rastreio do câncer do colo do útero : relato de experiência em uma unidade básica de saúde em Ouro Preto MG.

Abstract

O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente em mulheres no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma, estando fortemente associado à infecção persistente pelo papilomavírus humano. No Brasil, o rastreamento é realizado por meio do exame citopatológico em mulheres de 25 a 64 anos, sendo que uma cobertura do rastreio em 80% dessa população, aliada a um seguimento adequado, pode reduzir entre 60% e 90% a incidência dessa neoplasia. Este estudo tem como objetivo relatar a experiência de um processo de auditoria sobre o rastreamento do câncer do colo do útero realizado na Unidade Básica de Saúde Antônio Dias, localizada na sede do município de Ouro Preto, Minas Gerais. Para a análise, foram coletados dados provenientes dos relatórios do Prontuário Eletrônico do Cidadão e da plataforma "APP Cidades". A partir dessas informações, elaboraram-se gráficos e tabelas referentes à porcentagem de mulheres que realizaram ou não a coleta do exame citopatológico nos últimos três anos. Os resultados evidenciaram que as faixas etárias mais jovens apresentam menor adesão à coleta, sendo que, em todas as faixas etárias, as taxas de adesão foram inferiores a 30%. Entre o total de mulheres na faixa etária alvo, apenas 26% realizaram o exame citopatológico nos últimos três anos, percentual abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. A auditoria clínica demonstrou ser uma ferramenta essencial para avaliar o panorama do rastreamento dessa patologia e discutir os fatores que contribuem para as baixas taxas de adesão. Diante desse cenário, destaca-se a necessidade de elaborar estratégias coletivas para aumentar a adesão das mulheres ao rastreamento do câncer do colo do útero e, assim, aprimorar os indicadores de prevenção e controle do câncer do colo do útero.