Germinação de gramíneas (Poaceae) nativas de campos rupestres e efeito de microorganismos eficientes.

Abstract

Os campos rupestres são ecossistemas essenciais para a manutenção de diversos serviços ecológicos e possuem alta taxa de espécies endêmicas. No entanto, estão ameaçados pela degradação, especialmente devido à mineração. Muitas das espécies dessas fitofisionomias apresentam baixas taxas de germinação, resultantes da produção de sementes inviáveis. A compreensão do potencial germinativo de espécies nativas desses ambientes é de extrema relevância para a restauração ambiental, pois o sucesso das sementes e o estabelecimento das espécies no ambiente depende de condições favoráveis a germinação. A inoculação de microrganismos do solo de área preservada de campo rupestre, pode ser uma estratégia para melhorar esse processo, aumentando e acelerando a germinação. O objetivo desse estudo foi avaliar a germinação de sementes de nove espécies de gramíneas nativas de campos rupestres, e mensurar se a aplicação de Microrganismos eficientes (EM), coletados nas áreas de referências, melhoram o potencial germinativo. Avaliou-se também se a irrigação com água clorada influencia a ação do EM sobre a germinação. Os experimentos foram conduzidos em placa de Petri na câmara de germinação e em solo na casa de vegetação. As variáveis analisadas incluíram a taxa de germinação, a velocidade de germinação e a resposta das sementes aos diferentes tratamentos de concentração do EM e irrigação. Os resultados indicaram uma alta variação na germinabilidade entre as espécies, com Sporobolus metallicolus e Sporobolus indicus apresentando melhorias significativas nas taxas de germinação quando inoculadas com EM, com maior eficiência na concentração de 1%. A irrigação com água clorada não interferiu nos resultados, o que sugere a viabilidade do uso de água tratada em processos de germinação em larga escala. A aplicação de EM pode ser uma estratégia eficaz para aumentar a germinação e acelerar o processo germinativo das gramíneas nativas de campos rupestres S. indicus e S. metallicolus. Entretanto, a eficácia do tratamento depende da porcentagem de diluição dos EM, das características específicas de cada espécie e das condições ambientais.