A China no processo de financiamento à transição verde (2015-2024).

Abstract

Este trabalho buscou compreender o processo do financiamento à transição verde, partindo da análise do caso chinês. Este país tem se sobressaído em termos da definição de planejamento estratégico, que tem sido fundamental para transformá-lo, de um dos países mais poluentes, ao que mais tem se alinhado às metas e estratégias para avançar no processo de transição verde. O objetivo deste trabalho é analisar o processo de financiamento da transição verde na China destacando as estruturas institucionais, a estrutura de financiamento e seu planejamento de longo prazo. Dada a complexidade do estudo, ele se aterá ao período mais recente, ou seja, desde o Acordo de Paris (2015) até o último 14th Five Year Plan (Forthcoming). Partindo da análise dos últimos planos quinquenais chineses (2016-2020 e 2021-2025) foram identificadas as estratégias de coordenação política voltadas para este fim, bem como estudada a estrutura de financiamento verde chinês. Em termos de resultado de estudo, foi verificado um aumento substantivo de investimentos para mitigação e adaptação; aumento gradual no incentivo ao sistema financeiro verde, especialmente na quantidade de ativos e transacionadas de fundos verdes, green bonds, empréstimos e seguros verdes; maior participação e fiscalização do governo chinês na gestão da transição; maior abertura ao investimento estrangeiro e aumento do investimento público e incentivo ao mercado privado tanto intra quanto fora das fronteiras chinesas. Nesse sentido, este estudo visa contribuir para identificar possibilidades de políticas para financiar a transição verde, ou seja, em que medida o Brasil, apesar de ter um perfil de transição verde mais favorável (matriz energética mais limpa, perfil de emissão menos complexo), ainda precisa de aprimorar sua capacidade de planejamento e coordenação de políticas para dar conta da complexidade destes investimentos.