A mulher do fim do mundo : uma análise do sofrimento de mulheres pretas e pardas em Mariana/MG a partir da experiência de estágio supervisionado em Serviço Social no Hospital Monsenhor Horta.

Abstract

A história do Brasil é marcada pela colonização e invasão de suas terras, a primeiro momento estrutura para a consolidação do sistema escravista colonial e logo após fator estruturante para o capitalismo dependente formado por relações de trabalhos manchadas pelo racismo. Relações de trabalho cada vez mais instáveis, flexibilizadas e exploratórias, que impossibilitam o Ser Social de produzir e se reproduzir de forma material e subjetiva, gerando uma intensa instabilidade e sofrimento para os trabalhadores. Outro ponto, é que se trata de uma sociabilidade racista uma vez que o capitalismo se apropria deste mecanismo para sua constituição, isto significa que os trabalhadores negros estão em constante processo de sofrimento e adoecimento mental gerados pelos fatores externos sociais, econômicos, culturais e políticos, consequências das transformações históricas. Nesse sentido, este trabalho busca apresentar a construção da sociedade brasileira, ao mesmo tempo que descreve um relato pessoal da Experiência de Estágio Supervisionado no Hospital Monsenhor Horta, cenário onde as ‘’Internações Sociais’’ são marcadas pela presença de pacientes negros em sua grande maioria, sujeitos que estão em completo estado de sofrimento e adoecimento mental/físico. Entre uma das internações mais marcantes durante a experiência, uma paciente em Internação Social faleceu, após meses de tentativas e tratativas com Estado, Município e Família, esse trabalho sobretudo é uma homenagem a L. ‘’Mulher do Fim do Mundo’’.