Desenvolvimento de produto saneante saponáceo contendo óleos essenciais de pinho e eucalipto com potencial propriedade desodorizante e desinfetante.

Abstract

Os óleos essenciais (OE) são compostos por substâncias voltáveis, que são extraídas de diversas partes vegetais, como folhas, flores, frutos ou galhos. Muitos OE apresentam atividade biológica, incluindo propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias, antioxidantes e desodorizantes. O uso de OEs em produtos saneantes, como sabões em barra para limpeza doméstica, é interessante do ponto de vista industrial e da sustentabilidade, ao considerar que estes produtos podem passar a ser desinfetantes e desodorizantes. A reutilização de óleos provenientes da culinária permite obter uma fonte sustentável de óleos vegetais para produção de um produto saponáceo. Neste contexto, o objetivo desse trabalho foi desenvolver um produto saponáceo contendo OEs de pinho e eucalipto, com potenciais propriedades desodorizante e desinfetante. Para isso, foi utilizado óleo vegetal residual de frituras, que, posteriormente, foi tratado, permanecendo em condições adequadas para uso na preparação do sabão em barras para uso doméstico. Em seguida, foram adicionados água e hidróxido de sódio, em proporções estequiométricas, para a formulação de barras de sabão de 500 gramas, que foram maturadas por, no mínimo, 60 dias após o preparo. Foram avaliados o pH e as propriedades organolépticas dos sabões preparados, evidenciando que estavam viáveis para uso doméstico. Os resultados foram satisfatórios para as propriedades organolépticas do produto saponáceo, indicando aparência homogênea, firmeza, consistência e odor suave. A partir da adição dos OE, os sabões apresentaram odor característico do OE adicionado. O pH do sabão manteve-se de acordo com o resultado esperado para um produto classificado como risco II conforme a Anvisa. O índice de refração dos OE apresentou resultado em conformidade com as especificações dos fabricantes. Também foi realizada a caracterização dos OE por cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massas (CG-MS), que possibilitou identificar os compostos químicos voláteis presentes nos OE de pinho e eucalipto, como monoterpenos e compostos fenólicos. Desse modo, foi possível desenvolver um potencial produto saponáceo, porém ainda é necessário avaliar a sua atividade antimicrobiana para caracterizá-lo como desinfetante ou desodorizante.