Born into the wild : o que formas jovens de Copepoda podem nos dizer sobre a qualidade ambiental?

Abstract

A abundância de formas jovens de copépodos (náuplios e copepoditos) foi analisada como indicador de qualidade ambiental em ecossistemas do Baixo Rio Doce (rios, lagos, lagoas), submetidos a diferentes tipos de impactos (eutrofização e rejeito de mineração de ferro). A influência sazonal também foi considerada na variação temporal da composição e abundância das formas jovens. Condições de eutrofia e hiper-eutrofia foram observadas para os sistemas lacustres, com alguns desvios sazonais do estado trófico. Não houve distinção da concentração de metais entre os diferentes tipos de ambientes, no entanto, os lagos apresentaram maior concentração de Al, Ba, Mn e Zn, enquanto as concentrações de Fe caracterizaram as águas do Rio Doce. A abundância de náuplios e copepoditos foi maior nos lagos profundos, indicando que esses sistemas lacustres mais estáveis são importantes sítios reprodutivos de copépodos no Baixo Rio Doce. A maior abundância de náuplios de copépodos durante o período chuvoso pode estar associada à maior variação do estado trófico dos ambientes, favorecendo a diversificação de alimentos e a reprodução das formas adultas. Náuplios estiveram sempre negativamente correlacionados com metais, indicando maior sensibilidade à presença desses elementos na água. Os resultados obtidos confirmam que a inclusão das formas jovens de copépodos em análises ecológicas representa uma importante ferramenta de descrição da qualidade ambiental de ecossistemas aquáticos. A significância ecológica das formas jovens de copépodos deveria ser considerada em protocolos de impacto ambiental.