Codisposição e disposição compartilhada de estéreis e rejeitos da mineração : uma análise crítica sobre a metodologia.

Abstract

A forte demanda mundial por minérios, muitas vezes impulsionada pelo desenvolvimento industrial e tecnológico, acarreta, como consequência, um aumento significativo na produção de rejeitos de mineração. Em países tropicais, como o Brasil, a utilização de barragens para à disposição desses rejeitos, tem sido a prática mais comum. No entanto, os recorrentes rompimentos de barragens, mundialmente conhecidos, como os desastres de Mariana e Brumadinho, evidenciaram os riscos ambientais e sociais associados a essa técnica. Diante desses episódios, uma resposta assertiva por parte do poder público brasileiro, foi a de que houvesse a necessidade de um endurecimento das leis e regulamentações ambientais, exigindo a busca por alternativas mais seguras e sustentáveis. Entre as alternativas, destacam-se; o empilhamento a seco, que reduz significativamente o risco de rompimento e minimiza o impacto ambiental, a disposição em cavas exauridas, que aproveita áreas já degradadas pela mineração, a codisposição e disposição compartilhada de rejeitos e estéreis, técnicas que incluem o uso de rejeitos e estéreis para a recuperação de áreas mineradas e a reinjeção de rejeitos em minas subterrâneas. Essas alternativas não apenas atendem às novas exigências legais, mas também promovem uma gestão mais responsável e sustentável dos rejeitos. O objetivo deste trabalho foi analisar de maneira conceitual e metodológica as técnicas de codisposição e disposição compartilhada dos rejeitos, com base em estudos de casos realizados em quatro minas, com características e métodos de disposição diferentes, a fim de avaliar os arranjos geométricos e técnicas utilizados em cada projeto. Por fim, foi realizada uma análise SWOT considerando as operações utilizadas em cada uma das minas e expondo de maneira matricial, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças que as metodologias podem apresentar a cada empreendimento. A revisão dos estudos de caso permitiram assegurar a viabilidade técnica das metodologias de codisposição e disposição compartilhada de rejeitos e estéreis, baseados em resultados de análises de fatores de segurança e ensaios de compactação, com dados acima dos preconizados por normas e estudos que avaliaram a mitigação de riscos de liquefação das estruturas projetadas.