Avaliação da perda de carga em tubulações de pequenas hidrelétricas devido a incrustação por mexilhão dourado.

Abstract

O mexilhão dourado, cientificamente conhecido como Limnoperna Fortunei, molusco bivalve de água doce, originário da Ásia, que de maneira inadvertida, adentrou a América do Sul através das águas de lastro de navios cargueiros. Seu primeiro registro em águas sul americanas ocorreu na Argentina, e posteriormente no Brasil. Sua presença, hoje confirmada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, tem instaurado debates intensos, especialmente no que diz respeito a atividades intrinsecamente ligadas à utilização das águas. Dentre essas atividades, ressalta-se a operação de usinas hidrelétricas. Dentro deste contexto, o propósito primordial deste estudo foi apresentar e discutir os impactos ocasionados por ele através de uma análise que visa estabelecer parâmetros das perdas de carga em uma hidrelétrica, advindas do aumento na rugosidade ocasionada pela incrustação proveniente do mexilhão dourado. Para concretizar este trabalho, tomou -se como base de estudo a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Poço Fundo localizada no município de São José do Vale Rio Preto no estado do Rio de Janeiro, para isso foi utilizado duas concentrações diferentes de infestação sendo elas 0,5 ind/cm² e 1,0 ind/cm², com isso constatou-se um déficit financeiro de aproximadamente 14 milhões de reais na concentração de 0,5 ind/cm² e 122 milhões para infestação de 1,0 ind/cm² devido a perda de carga no sistema de adução da hidrelétrica, que por sua vez gera uma perda de potência diminuindo então a capacidade energética do empreendimento. Diante disto ao fim deste trabalho foi apresentado a quantificação da perda de eficiência energética e financeira da PCH Poço Fundo - RJ devido a incrustação do mexilhão dourado.