Por que voltar? Bento Rodrigues como lugar de memórias e as (im)possibilidades de reapropriação comunitária após o rompimento da barragem de Fundão.

Abstract

Este trabalho investiga de que forma e porquê ocorre a apropriação de grupos de atingidos como o “Loucos pelo Bento” no sítio arrasado mesmo após o desastre-crime do rompimento de barragem de rejeitos de minério de Fundão, operada pela Samarco/Vale/BHP, ocorrido em novembro de 2015. Paralelamente a isso, busca analisar as tensões e dificuldades do “campo de forças” que influenciam no acesso desse território e na preservação das referências e práticas culturais da comunidade. O trabalho traça um panorama da mineração no subdistrito de Mariana e como os múltiplos interesses dos poderes público e privado se associam para construir uma noção de progresso e desenvolvimento econômico. Ao longo do texto são apresentadas iniciativas externas aos interesses da comunidade tendo como foco o território de origem e o grupo Loucos pelo Bento e a Fundação Renova no que tange às condições de acesso e uso do espaço para entendimento do território de origem enquanto lugar de memória e de resistência.