A manifestação do Neocolonial na cidade de Ouro Preto/MG.

Abstract

O presente trabalho parte de uma imersão no estilo Neocolonial, que influenciou de forma significativa o debate da arquitetura do início do século XX. Diante disso, buscava-se construir uma identidade nacional a partir do resgate de elementos do passado colonial. Por meio de uma revisão bibliográfica, analisou-se a ocorrência e o contexto do surgimento do estilo no Brasil, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, quando José Marianno Filho e Ricardo Severo atuaram na formulação da corrente tradicionalista, em território nacional. Os dois elaboraram um arcabouço teórico que serviu para respaldar a produção arquitetônica naquele período e, até mesmo, financiaram viagens pelo interior do país como forma de criar repertório estilístico para o movimento. Para isso, o trabalho voltou-se para um estudo investigativo da produção Neocolonial na cidade de Ouro Preto, escolhida como objeto de estudo. Investigou-se a sua história e formação, sobretudo, a partir da transferência da capital para Belo Horizonte, que mudaria para sempre os rumos de Ouro Preto. Nesse momento, apresentam-se planos de melhoramento e ocorre a difusão de técnicas construtivas, elementos e novos materiais pela cidade, motivadas pela chegada da estrada de ferro e o impulso que o ecletismo provocou na paisagem urbana. A fim de uma melhor compreensão da produção Neocolonial local, foram elaboradas algumas análises criteriosas acerca dos exemplares encontrados na cidade, levantando aspectos pertinentes ao volume, configuração interna, cores, implantação e elementos de cada um dos exemplares selecionados para o trabalho. Ao final, alguns comparativos entre eles foram traçados, os quais evidenciam a presença e a importância da produção neocolonial ouro-pretana em meio à corrente nacional tradicionalista, daquele período. Destacando, assim, a peculiaridade dos exemplares locais.