Caracterização petrográfica e das condições metamórficas dos xistos pelíticos da região de São Bartolomeu, sudeste do Quadrilátero Ferrífero.

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso apresenta os resultados de uma análise abrangente que inclui estudos petrográficos realizados para duas amostras, de química mineral e geotermobarométricos aplicados à uma amostra de xisto pelítico da região de São Bartolomeu, localizada no sudeste do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. A composição predominante dos xistos estudados inclui quartzo, plagioclásio, biotita, muscovita e granada, com presença notável de porfiroblastos de estaurolita e cianita. Essa sequência, atribuída à unidade Catarina Mendes do Supergrupo Rio das Velhas, passou por pelo menos um processo metamórfico que atingiu a fácies anfibolito, sendo a presença de estaurolita e cianita um indicativo do protólito das amostras e das condições de pressão e temperatura atingidas por elas. Análises microquímicas realizadas na amostra MF391 revelaram que o plagioclásio predominante nessas rochas é a andesina, com An 22,2-32,1. Os porfiroblastos de granada são ricos na molécula almandina, de ferro, com uma presença significativa de piropo, de magnésio. Estudos geotermobarométricos foram conduzidos utilizando o geotermômetro granada-biotita e o geobarômetro GASP na amostra MF391. As temperaturas situam-se entre 508 e 612°C, sendo relativamente mais elevadas no núcleo dos cristais. A pressão foi calculada em torno de 4,23 kbar para a borda e 7,58 kbar para o núcleo dos grãos. Além da abordagem pelo método convencional, o banco de dados internamente consistentes do Thermocalc foi empregado no modo average P-T, resultando em valores médios de temperatura e pressão de 657 ± 41°C e 7,1 ± 0,9 kbar, respectivamente. Embora as rochas da região estejam atualmente cartografadas na unidade Catarina Mendes do Supergrupo Rio das Velhas, idades U-Pb em zircão detrítico recentes sugerem tratar-se de uma sequência mais nova do que o Arqueano, abrindo um leque para novas discussões a respeito da evolução deposicional do QF e, para além disso, uma nova abordagem sobre o metamorfismo que atuou nos protólitos pelíticos dos xistos, que também foi datado em áreas próximas daquela aqui estudada.