Estudo petrográfico, microquímico e termobarométrico dos granulitos máfico e aluminoso da Folha Jequeri (1:50.000), Zona da Mata Mineira.

Abstract

Esta monografia apresenta os resultados de estudos petrográficos, de química mineral e geotermobarométricos de granulitos, máfico e aluminoso, do Complexo Juiz de Fora e Grupo Andrelândia, respectivamente, aflorantes na Folha Jequeri (1:50.000), na Zona da Mata mineira. O Complexo Juiz de Fora foi definido inicialmente como uma extensa faixa de rochas granulíticas, de direção NE-SW, que aflora próximo à cidade homônima enquanto o Grupo Andrelândia foi definido inicialmente como uma associação de rochas metassedimentares e metaígneas máficas que bordejam o limite sul-sudeste do Cráton do São Francisco. O granulito máfico estudado neste trabalho é composto essencialmente por plagioclásio, clinopiroxênio, ortopiroxênio, hornblenda e granada enquanto o granulito aluminoso é composto por plagioclásio, quartzo, granada, biotita e silimanita. Tanto a análise petrográfica (qualitativa) quanto a geotermobarometria (quantitativa) evidenciam que as amostras foram metamorfizadas em fácies granulito. A análise de química mineral evidenciou que os cristais de granada do granulito máfico são compostos predominantemente por almandina, seguida por grossulária, piropo e espessartita enquanto os do granulito aluminoso são compostos predominantemente por almandina, seguida por piropo, grossulária e espessartita. Os cristais de plagioclásio são de andesina em ambos os granulitos. O clinopiroxênio corresponde à série do diopsídio-hedembergita e o ortopiroxênio é o hiperstênio. Estudos termométricos realizados na amostra de granulito máfico (lâmina QP21), utilizando o par ortopiroxênio-granada, resultaram em valores entre 789,47 e 824,6 °C na borda dos cristais e 860,37 e 881,2 °C no núcleo, compatível com a fácies granulito. Para a amostra de paragnaisse granatífero (lâmina CF02) foram realizados os cálculos termométricos a partir do par granada-biotita que geraram valores de 656-721 °C para a borda dos cristais e 697 e 746 °C para o núcleo, caracterizando a fácies anfibolito superior a granulito. Cálculos geotermobarométricos realizados no granulito aluminoso (amostra CF02), utilizando o average P e o average T do THERMOCALC resultaram em valores de temperatura entre 924±38ºC e 1004°±76°C, com pouca variação do núcleo para a borda, e em valores de pressão entre 6,12±1,46 e 7,13±2,04kbar, típicos de fácies granulito e condizentes com a análise qualitativa previamente realizada.

Palavras–chave: petrogênese, química mineral, termobarometria, rochas granulíticas, Complexo Juiz de Fora, Grupo Andrelândia, Folha Jequeri 1:50.000