Raízes de Prosthechea pachysepala (Klotzsch) Chiron & V. P. Castro variam de acordo com os hábitos de vida, epífita e rupícola?

Abstract

O micotrofismo é obrigatório para germinação das sementes de orquídeas, pois estas não contêm reserva lipídica e proteica suficiente para suprir seu desenvolvimento primário. A endomicorriza infecta a semente e enovela-se em células do parênquima cortical, formando pelotons. Essa associação costuma se estender até a vida adulta das plantas e os pelotons passam a colonizar suas raízes. O tipo de hábito de vida da planta pode influenciar seu desenvolvimento e pode gerar características anatômicas diversas em resposta às diferentes pressões ambientais. Nesse estudo, buscou-se avaliar a presença e o nível de colonização por micorrizas, bem como caracteres qualitativos e quantitativos das raízes de Prosthechea pachysepala epífitas e rupícolas que habitam campos rupestres quartizíticos, e campos rupestre ferruginosos. Raízes completamente desenvolvidas, foram coletadas,fixadas em FAA 50, e seccionadas em cortes transversais à mão livre, e com o auxílio de micrótomo rotativo. Os cortes foram corados com azul de astra e fucsina básica e montados em gelatina glicerinada, ou desidratadas em série etanólica e infiltradas em metacrilato. Foram realizadas análises estruturais anatômicas, histoquímicas e histométricas das raízes. Os parâmetros quantitativos foram submetidos ao Test t de Student e Kruskal Wallis, para os dados não paramétricos. Não houve diferenças estruturais entre as raízes, nem em relação ao fungo micorrízico observado. Através da histoquímica foi possível detectar a natureza química das células e tecidos. De acordo com os testes estatísticos o número de células comuns da endoderme variou entre os indivíduos de P. pachysepala, fato que pode estar relacionado à função de retenção de água dentro do cilindro vascular proporcionado pela deposição de suberina nas células do tecido.