Avaliação da influência do inóculo em meio açaí no acometimento cardíaco de camundongos Balb/c na fase aguda da infecção oral experimental pelo Trypanosoma cruzi.

Abstract

Doença de Chagas ou Tripanossomíase Americana é uma protozoonose que tem como agente etiológico o protozoário hemoflagelado Trypanosoma cruzi. Dados atuais da Organização Mundial de Saúde apontam que em todo mundo a doença acomete entre 6 a7 milhões de pessoas, principalmente na América Latina, no qual é endêmica em 21 países. Medidas de combate ao triatomíneo e melhoria das moradias, levaram ao controle do principal vetor, o Triatoma infestans, culminando no controle da transmissão vetorial nos países endêmicos. Dessa forma, outras formas de transmissão ganharam importância. No Brasil, podemos destacar a transmissão oral, que é caracterizada pela ingestão de bebidas ou comidas contaminadas com formas tripomastigotas metacíclicas. Nos últimos 40 anos a grande maioria dos casos foram registrados na região Norte do país, quase sempre associados à ingestão de suco de frutas como a bacaba (Oenocarpus bacaba) e o açaí (Euterpe oleracea), contaminados com formas tripomastigotas metacíclicas. No entanto, pouco se sabe sobre os impactos da infecção na por via oral pelo Trypanosoma cruzi no tecido cardíaco. Dessa forma, uma avaliação do processo inflamatório, do parasitismo tecidual e do estresse oxidativo nesse órgão possibilitou uma melhor compreensão do acometimento desse tecido na infecção oral e qual a repercussão para o organismo. Para a execução deste estudo foram utilizados um total de 50 camundongos Balb/c machos com 30 dias. Estes Camundongos foram distribuídos em três grupos experimentais: Não infectado (n= 12); infectado com parasito em meio RPMI (n= 19) e infectado com o parasito em Açaí (n= 19). Esses aniamis foram infectados com o inóculo de 1 x 105 formas tripomastigotas da cepa Y(DTU II) do Trypanosoma cruzi pelo método de pipetagem. Os resultados mostraram que apesar da presença de parasitismo tecidual em ambos os grupos infectados, este não foi o suficiente para gerar de processo inflamatório. Em relação, as análises do estresse oxidativo foi observado um aumento significativo da atividade da enzima antioxidante catalase no grupo RPMI no 7º dias após a infecção e no 14º dias após a infecção, em ambos os grupos RPMI e Açaí. Nesse sentidos, os dados demonstram que a ausência de processo inflamatório no coração pode estar relacionado ao aumento da atividade da enzima catalase observada nos grupos infectados, como um mecanismo de defesa do parasito às espécies reativas produzidas por macrófagos.