A prática do turismo solo ou em grupos femininos e suas complexidades.

Abstract

Buscando discutir a temática da viagem realizada por mulheres sozinhas ou em grupos femininos, este trabalho apresenta questões que criam barreiras para o deslocamento livre das mesmas, tais como questões ligadas a gênero. Ainda, tem como objetivo empírico traçar a partir de um contexto histórico a representação da mulher, como a construção de estereótipos anulam sua liberdade de locomoção e também como as mudanças e revoluções ocorridas ao longo dos anos foram importantes para a quebra desses padrões, com foco no suporte criado por elas e para elas através de grupos virtuais, páginas em redes sociais e blogs. No que diz respeito ao percurso metodológico deste estudo, utilizou-se inicialmente o método de pesquisa teórica. Por ter caráter exploratório, foi utilizado, além do levantamento bibliográfico, o estudo de caso, através de entrevistas narrativas de cunho qualitativo, em que a coleta de dados foi feita a partir de uma amostra reduzida, mas de forma aprofundada com três mulheres que compartilham em suas redes sociais suas experiências como viajantes solo. Os resultados mostram o quanto é transformador para a mulher a ruptura com os costumes tradicionais. Ao observar a forma com que elas definem a liberdade, a autoconfiança, a solitude e a maneira que se sentem capazes através da realização das viagens solo, é possível concluir que se trata de um ato revolucionário.