Funcionalização de nanoesferas de ouro para detecção do antígeno gp43 de Paracoccidioides brasiliensis.

Abstract

A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada por duas espécies de um fungo termodimórfico: Paracoccidioides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii. A doença está associada a fatores sociais e econômicos e é muito prevalente na América Latina. Uma vez no interior do hospedeiro, o patógeno pode permanecer em estado de latência ou se disseminar sistemicamente, atingindo inclusive o sistema nervoso central. No caso de infecções mais graves e progressivas, o quadro acaba evoluindo ao óbito. Assim, deve haver uma intervenção terapêutica de forma correta e um rápido diagnóstico. As nanoesferas de ouro representam uma maneira de diagnosticar a doença, detectando antígenos específicos por meio de uma absorção característica no espectro visível, a ressonância de plasmon, que pode ser monitorada por espectrofotometria. Dessa forma esse trabalho utilizou nanoesferas de ouro como possíveis biossensores, funcionalizadas com o reagente ligante polietilenoimina (PEI) e bioconjugadas ao anticorpo anti-gp43, específico para o antígeno mais abundante do patógeno P. brasiliensis. Após a construção desse biossensor o sistema foi testado para a detecção da glicoproteína gp43 presente na solução denominada paracoccidioidina e apresentou uma aglomeração que indica a detecção satisfatória. Esse fato foi corroborado após interação com a proteína BSA, em que não houve aglomeração. O sistema foi testado ainda com soro de indivíduos saudáveis e pacientes diagnosticados com PCM, não apresentando diferenças nas aglomerações. Embora esses resultados indiquem que o sistema precisa ser aprimorado para o diagnóstico da doença em humanos, foi demonstrada sua funcionalidade para a detecção do alvo purificado, apontando êxito em tais análises preliminares.