Certificações ambientais na construção civil aplicadas às moradias populares.

Abstract

A partir da constate preocupação com questões ambientais relacionados no processo produtivo, diversos setores passaram por mudanças, dentre eles o setor da construção civil. A construção civil é considerada um dos setores que mais consome recursos naturais, sendo grande gerador de volume de resíduos sólidos e responsável por elevado desperdício de recursos naturais. O método construtivo tradicional é atrelado a uma série de prejuízos ao meio ambiente, uma vez que é um método sem vistas a sustentabilidade. As questões ambientais relacionadas a construção civil tornaram-se mais evidentes a partir da construção de unidades habitacionais em larga escala, consequência de uma tentativa de reduzir o déficit habitacional encontrado em vários países e em decorrência da maior participação da população de baixa renda ao mercado imobiliário. Buscando mensurar o desempenho ambiental das edificações, diversas certificações ambientais foram criadas em vários países, porém, por vezes as mesmas apresentam alto custo de investimentos e projetos robustos. Desta forma, o presente estudo objetiva identificar as principais barreiras encontradas na aplicação das certificações ambientais em moradias de interesse social, de forma que, seja possível sugerir ações para facilitar o acesso deste tipo de moradia as certificações ambientais da construção civil. Para tanto realizou-se um levantamento das certificações AQUA, LEED e Selo Casa Azul, apontando seus requisitos básicos e critérios de avaliação. No que tange a Habitação de Interesse Social, verificou-se que o Selo Casa Azul melhor se adapta à moradias populares, contudo esse selo ainda apresenta algumas lacunas. Como sugestões de melhorias para a implantação do Selo Casa Azul em HIS cita-se o fornecimento de consultoria especializada para futuras modificações na HIS, ajuste nas planilhas orçamentárias, avaliação de critérios de acordo com cada localidade, incentivo do uso de materiais recicláveis, uso de matéria prima da região como estímulo à economia e uma visita e entrevista da CAIXA, pós-ocupação, para verificar a satisfação dos moradores quanto a estrutura e qualidade da nova moradia.