Avaliação da biodistribuição de nanopartículas poliméricas contendo marcador fluorescente encapsulado ou ligado covalentemente ao polímero por via intravenosa em camundongos.

Abstract

Os tratamentos contra o câncer possuem limitações, principalmente pela falta de seletividade dos fármacos utilizados. A busca por novas alternativas para suprirem esses efeitos colaterais, levou a descoberta das ferramentas teranósticas. Estas são capazes de realizar a terapia e o monitoramento/diagnóstico da doença. Destacam-se dentro dessas ferramentas a imagem molecular e as terapias fotodinâmica e fototérmica. Neste contexto, o fotossensitizador IR 780 vem sendo muito utilizado para estas aplicações. O seu alto rendimento quântico de fluorescência em comprimentos de onda de excitação e emissão na faixa do infravermelho próximo (NIR), entre 780-810 nm, reduz a interferência da autofluorescência dos tecidos. Além disso, tem comprovado tropismo pela mitocôndria de células tumorais. Para melhorar a dispersibilidade coloidal em fluidos biológicos, o IR 780 foi carreado por nanopartículas poliméricas. Portanto, o objetivo principal deste trabalho foi estudar a biodistribuição de nanocápsulas poliméricas contendo IR780 encapsulado fisicamente (NC IR 780) ou o polímero fluorescente IR-PLA (onde o fluoróforo IR780 está ligado covalentemente ao PLA), por via intravenosa em camundongos Balb/c. Após administração intravenosa das formulações, imagens do animal de corpo inteiro e dos órgãos retirados foram adquiridas utilizando o equipamento IVIS Lumina III (Perkin Elmer). Nessas foram comparadas a fluorescência obtida no animal mantido vivo e acompanhado durante vários tempos ao longo do experimento. IR780 livre e IR780 encapsulado nas NC tiveram um perfil muito semelhante de distribuição. O IR780 ligado covalentemente ao polímero se mostrou um tipo de marcação mais confiável para realizar o monitoramento da nanocápsula polimérica, visto que, o IR780 quando encapsulado pode ser liberado do nanocarreador ao longo do tempo, sendo assim a sua biodistribuição pode não estar associada à nanopartícula, levando a uma avaliação errônea dos nanocarreadores, além de não direcionar ao seu alvo de interesse.