Arte-educação e preservação patrimonial em Ouro Preto : o projeto sentidos urbanos.

Abstract

A presente pesquisa analisa os processos de desenvolvimento e execução da ação Caracóis Nossas Moradas, do projeto Sentidos Urbanos: Patrimônio e Cidadania, que integrou parte das horas obrigatórias necessárias à conclusão do estágio obrigatório referente à disciplina ART394 - Estágio Supervisionado: Planejamento e Regência I, do curso de licenciatura em Artes Cênicas do Departamento de Artes Cênicas (DEART), do Instituto de Filosofia, Arte e Cultura (IFAC) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). O projeto, fruto da parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a UFOP, utiliza-se de práticas artístico-teatrais no desenvolvimento de suas ações educativo-patrimoniais. Práticas estas que cumprem papel significativo na atuação da entidade federal preservacionista, em especial em Ouro Preto, cidade cujo perímetro urbano é tombado. Em um primeiro momento, traça-se uma breve contextualização sobre a legitimação do conceito de Educação Patrimonial pelo IPHAN, considerando seu tardio reconhecimento como parte fundamental da valorização dos patrimônios culturais locais. Posteriormente, a ação Caracóis Nossas Moradas e suas etapas são analisadas, principalmente suas metodologias artístico-teatrais, que colaboram com o alcance dos objetivos do projeto Sentidos Urbanos: enaltecer e preservar a herança cultural local. Assim, salienta-se a importância do projeto, que permite à comunidade ouropretana melhor compreensão da atuação do IPHAN e da valorização de seus patrimônios culturais. De forma igual, oportuniza aos/às discentes em formação, especialmente os/as da arte-educação, que trabalham no projeto, a possibilidade de desenvolverem práticas dialógicas às suas respectivas áreas de atuação. Esta pesquisa reflete sobre a importância do reconhecimento de ações centralizadas, enraizadas na educação patrimonial e na arte-educação, nos processos de valorização e preservação dos patrimônios culturais. Fundamenta-se, sobretudo, no reconhecimento da arte enquanto linguagem artística autônoma, capaz de estimular os sujeitos a compreenderem e a traduzirem, subjetiva e objetivamente, suas manifestações e heranças culturais, contribuindo nos processos de desenvolvimento humano, necessários à vida e ao convívio social.