Avaliação da resistência insulínica em indivíduos com obesidade mórbida submetidos a cirurgia bariátrica.

Abstract

A obesidade mórbida é uma doença que vem atingindo proporções mundiais, e consequentemente há o aumento do tratamento cirúrgico. Este, além da redução da gordura corporal, também auxilia na redução das comorbidades associadas, como hipertensão arterial, hipertrigliceridemia, resistência insulínica e diabetes. O objetivo do estudo foi avaliar a resistência insulínica pelos índices triglicerídeo-glicemia (índice TyG) e triglicerídeo/HDL (TG/HDL-c) em indivíduos obesos submetidos a cirurgia bariátrica. Foi realizado um estudo transversal, com pacientes internados para realização de cirurgia bariátrica, entre os anos de 2018 e 2019, no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC-UPE) de Recife-PE. A resistência insulínica foi avaliada pelos índices TyG e a razão TG/HDL-c. A composição corporal foi obtida pela densitometria por dupla emissão de raios-X (DEXA). Foram analisadas também dados sociodemográficos, variáveis antropométricas, bioquímicas e estilo de vida como, nível de atividade física e ingestão de álcool. Participaram do estudo 60 pacientes, com média de idade de 38,88 ± 9,67 anos, sendo 78,3% do sexo feminino, 75% com nível de escolaridade de mais que 10 anos, 40% foram classificados como ativos e com baixo risco de dependência alcoólica. Na comparação entre os sexos, os homens apresentaram valores significativamente mais elevados de peso, altura, perímetro do pescoço (PP), perímetro da cintura (PC), massa magra corporal (MMC em Kg). Em relação às variáveis bioquímicas, as concentrações séricas de HDL-c estiveram maiores nas mulheres (p=0,008). Pelo índice TyG as mulheres apresentaram maior resistência à insulina que os homens (p= 0,037). Houve correlação forte e significativa entre índice TyG e razão TG/HDL (r= 0,67). Além disso, houve uma relação fraca e positiva da razão TG/HDL com a massa gorda (kg) (r=0,41). Conclui-se que candidatos a cirurgia bariátrica apresentavam RI, pelo índice TyG e razão TGL/HDL, sendo que o sexo feminino apresentou maior índice TyG do que os homens. Por isso, torna-se importante avaliar a resistência insulínica no pré-operatória para que se possa adotar estratégias de intervenção precoce e assim reduzir as consequências provenientes do seu não tratamento.