Caracterização mineralógica de amostras de minério de zinco da Mina de Vazante - MG.

Abstract

Caracterizado como o principal distrito plumbo-zincífero do Brasil e um dos maiores do mundo devido seu potencial metalogenético, o Distrito Zincífero de Vazante (DZV) possui ocorrências nos municípios de Vazante, Paracatu e Lagamar. O principal mineral em que o zinco se encontra em Vazante é a willemita. Além deste mineral de minério primário, o DZV possui uma gama de outros minerais nos quais o zinco ocorre associado, tais como como a franklinita, a esfalerita e a dolomita zincífera. A mineralização do DZV caracteriza-se por ser silicatada, rica em dolomita e minerais carbonáticos. Foram estudadas amostras de dois corpos mineralizados do DZV (Lumiadeira e Sucuri) que hospedam quatro litotipos descritos: brechas dolomítica, esfalerítica, hematítica e willemítica. As amostras de brecha dolomítica apresentam grãos de quartzo e willemita fraturados, ocorrendo veios preenchidos por dolomita, hematita e pertencem a uma etapa pré-mineralização. A brecha hematítica contém esfalerita, galena e dolomita como os principais minerais das amostras descritas além da hematita. Na brecha willemítica ocorrem cristais grossos e fibrorradiados de willemita em conjunto com dolomita e quartzo que, associados à hematita, indica a formação na etapa sin-mineralização do depósito. A dolomita zincífera ocorre em brechas dolomíticas de fase anterior à mineralização, representada por veios preenchidos por willemita substituindo a dolomita. Inserção de hematita associada a franklinita, willemita e dolomita ocorrem na fase de sin-mineralização. O quartzo tem maiores ocorrências nas fases pré e pós-mineralização de zinco. A brecha esfalerítica ocorre em fase pós-mineralização, onde a esfalerita associa-se a galena e willemita. As amostras estudadas do corpo Sucuri são de brechas dolomítica e willemítica e contém maiores quantidades de willemita e dolomita do que as amostras estudadas do corpo Lumiadeira, que contém mais contribuições de hematita, franklinita e quartzo entre brechas hematítica, willemítica, dolomítica e esfalerítica. As análises de mineralogia automatizada foram bastante eficientes na caracterização das amostras estudadas. Além do curto tempo para serem geradas, apresentam uma precisão muito maior e permitiram a identificação de fases minerais não observadas ao microscópio óptico.