Caracterização microestrutural e avaliação das propriedades mecânica e corrosiva de um aço inoxidável duplex UNS S32205 submetido a tratamento termomecânico.

Abstract

Os aços inoxidáveis representaram um grande avanço na indústria, sob o ponto de vista anticorrosivo, possuindo diversas aplicações em larga escala quando o uso de revestimentos protetores se torna inviável. O conhecimento das propriedades dessa classe de aços é de grande interesse, devido à crescente demanda ao longo dos anos. A classe dos aços duplex é bastante aplicada para tanques digestores na indústria de papel e celulose, aquecedores domésticos de água, tambores de máquina de lavar, entre outros. O aço inoxidável duplex UNS S32205 apresenta boa resistência mecânica, elevada resistência à corrosão, alta tenacidade e ductilidade. Neste sentido, o controle de sua microestrutura está intimamente associado às propriedades solicitadas, moldadas por tratamentos termomecânicos e composição química. A precipitação de fases secundárias deve ser controlada, pois estas deterioram as algumas propriedades mecânicas e corrosivas dessas ligas. Desta forma, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da microestrutura recozida nas propriedades mecânica e passivas de aços inoxidáveis duplex laminados a frio. O aço inoxidável duplex UNS S32205 laminado a quente passou por uma rota posterior de processamento de laminação a frio, para 75% de redução de espessura, seguida de um recozimento isotérmico a 900°C, 1000°C e 1100°C durante 180 segundos, visando o refino de grão. Foram realizadas análises microestruturais via microscopia óptica (MO), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e difração de raios X (DRX). As propriedades mecânicas foram mensuradas por meio de ensaios de tração e o comportamento corrosivo pela técnica de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE), em solução tampão de borato. Os resultados obtidos mostraram que a amostra como fornecida apresentou menor resistência mecânica e maior ductilidade, porém menor resistência à corrosão quando comparada às amostras recozidas. Após laminação a frio, observa-se diminuição das propriedades passivas e possível formação de martensita induzida por deformação (SIM). O recozimento a 900°C levou à precipitação de fase sigma, diminuindo a ductilidade da amostra. Não foram observadas mudanças significativas na resistência à troca de carga das amostras recozidas.