Redução da intensidade de carbono de usinas siderúrgicas em Minas Gerais : medidas de Planejamento Energético Integrado.

Abstract

A indústria siderúrgica, responsável pela produção de aço, matéria prima essencial para a indústria de transformação e a construção civil, tem sido tema de diversos assuntos de desenvolvimento e sustentabilidade no cenário mundial. A produção de aço respondeu por 6,2% do total de energia consumida no Brasil em 2014, em torno de 15.942 toe e tem como um dos principais contrapontos a alta emissão de gases carbônicos, sendo o ramo da siderurgia responsável por cerca de 6,5% das emissões totais, em torno de 6,9 bilhões de toneladas de CO2. Para esta pesquisa foi utilizado o método de pesquisa explicativa, mostrando os fenômenos estudados para identificar suas razões, seus fatores determinantes, suas causas. A Intensidade de Carbono (IC) considera o efeito do CO2 e de outros gases de efeito estufa emitidos na produção, distribuição e uso de energia disponível de um combustível. Após o Protocolo de Quioto, os países desenvolvidos deveriam reduzir, em média, 5,2% das emissões de gases do efeito estufa em relação aos níveis medidos em 1990, tornando-se um assunto em pauta também para países em desenvolvimento. Diversos projetos de melhorias estão sendo aplicados no setor industrial e esse estudo tem foco na siderurgia, analisando o processo produtivo, cenários econômicos, projetos de melhoria na eficiência e a emissão de gases de efeito estufa em partes do processo. Esta pesquisa também apresenta dados sobre mudanças climáticas, aquecimento global e como as empresas estão se preparando para mitigá-las com uma produção mais sustentável. O objetivo principal é apresentar soluções viáveis para reduzir a intensidade de carbono, as quais as empresas possam implementar e ainda obter redução financeira nos processos, fazendo uso das metodologias de injeção de finos, utilização de gás natural e injeção de oxigênio no alto-forno. Nas teses apresentadas para redução de gases, são calculadas reduções de até 94 mil reais a cada 10 toneladas de gusa produzida no processo de injeção de O2 no alto-forno. Outra possível solução é o maior uso de gás natural na geração de energia elétrica nos turbogeradores, reduzindo a compra de energia elétrica oriunda de hidroelétricas e aumentando a produção interna com maior aproveitamento dos gases de processo. A pesquisa concentra sua análise nos principais desafios que a indústria siderúrgica está enfrentando e como as empresas estão buscando soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como a Gerdau que chegou à intensidade de emissões de gases de efeito estufa de 0,93 tCO2 e/t de aço produzido em 2020, reduzindo cerca de 4% em relação ao ano anterior.